"As novas metodologias aprovadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o terceiro ciclo de revisão tarifária vão apertar margens e punir empresas ineficientes – tanto do ponto de vista operacional quanto pela qualidade do serviço. Para o presidente da CPFL, Wilson Ferreira Junior, essa conjuntura vai complicar a vida das empresas de menor porte e das que já se encontram dificuldade, tornando a continuidade desses negócios “praticamente impossível”.
“Existem várias companhia grandes e pequenas em dificuldades já no ciclo anterior, que terão muito mais dificuldade de passar por esse novo ciclo. A decisão, aqui no momento é que, ao se aplicar a revisão, essa situação tende a ser rápida - e não acredito em suportes (operações para salvar as empresas), como houve no passado”, analisou.
Nesse cenário, o executivo aposta que há “um sinal” para uma grande tendência de consolidação, em que grupos maiores e privados, como a própria CPFL e a Neoenergia, poderão se aproveitar. Isso porque, com ganhos de escala e facilidade maior para captar financiamentos, essas companhias sairão na frente na disputa pelos ativos das concessionárias que se tornarem insustentáveis.
Apesar de colocar algumas críticas às mudanças estabelecidas pela Aneel, como a redução da remuneração feita através do WACC, a CPFL elogiou pontos como a maior cobrança por qualidade. “É possível, sim, criar grandes grupos, compartilhar essa visão de eficiência. E é uma garantia para o consumidor, de trabalhar com tarifas menores e índices de qualidade melhores”.
Para Ferreira, também ajudará o fato de que as empresas pouco ficientes vão perder valor devido à menor geração de caixa, enquanto outros grupos fortes, como a própria CPFL, continuarão com fôlego financeiro – tanto pelo caixa elevado quanto pela capacidade de captação de financiamento.
“Sem dúvida nenhuma, se ela (a revisão tarifária) é dura de um lado, ela colocou a decisão de consolidação na mesa de todos principais acionistas dessas companhias – seja do lado da compra, seja do lado da venda. Acho que a gente tem capacidade e vamos ter ativos (para adquirir)”, disse o executivo, fazendo um balanço. “A revisão começa agora. (Mas) vamos ter um timing, não é algo que vamos ter alguma coisa (uma novidade) amanhã”, alertou."
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