"Sindicatos estaduais estão avaliando nova oferta da Petrobras. Quatro já rejeitaram.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) adiou ontem a decisão sobre a greve da categoria. Isso porque a proposta apresentada pela Petrobras na segunda-feira à noite está sendo apreciada pelos sindicatos filiados em cada estado. Ontem, quatro entidades rejeitaram parcialmente a proposta. A estatal ofereceu 10,71% de reajuste salarial, o que representa ganho real (acima da inflação) de 2,5% a 3,25%. Os petroleiros reivindicam 10% de aumento real.
- Nosso calendário previa a paralisação a partir de amanhã (hoje). Com a apresentação da proposta pela empresa (na segunda-feira), ficou mais para frente. Não podemos iniciar a greve sem apreciar a oferta - explicou o coordenador-geral da FUP, João Antônio de Moraes, que acredita na rejeição da proposta pela maioria dos sindicatos.
Segundo Moraes, decidiram pela rejeição da proposta assembleias iniciais nos sindicatos do Rio Grande do Sul, do Rio Grande do Norte, do Amazonas e de Minas Gerais. O sindicato de São Paulo deverá apreciar a oferta até amanhã. Os sindicatos do Rio de Janeiro e do Paraná ainda não têm datas definidas, de acordo com Moraes.
As reuniões locais seguem ao longo da semana, sobretudo hoje e amanhã, pois cada sindicato organiza mais de um encontro, para contemplar trabalhadores de todos os turnos - ontem, por exemplo, funcionários do setor administrativo não deliberaram, por causa do feriado. A FUP congrega 13 sindicatos.
Até amanhã, a FUP deverá ter "um quadro consolidado" sobre o resultado das reuniões, completou Moraes. Na próxima terça-feira, o Conselho Deliberativo da federação voltará a reunir-se para avaliar os resultados das assembleias. Segundo Moraes, a tendência é os primeiros resultados influenciarem as próximas deliberações. Com a rejeição da proposta da Petrobras, a reunião do dia 22 definirá a nova data da greve por tempo indeterminado e com paradas de produção, medidas já aprovadas pela FUP.
Paralisações seguem até definição sobre nova data
Até a reunião do Conselho Deliberativo, segue a "Operação Gabrielli", como os sindicalistas estão chamando operações-padrão e paralisações de surpresa nas refinarias e plataformas. O nome da ação é uma referência ao presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli.
De acordo com o coordenador da FUP, o principal ponto de discordância está em questões de saúde e segurança. Os sindicatos reivindicam maior participação na gestão das políticas de segurança e saúde da Petrobras. Segundo Moraes, a empresa deveria viabilizar o transporte de representantes dos sindicatos para reuniões de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipas) nas plataformas e, atualmente, os trabalhadores só participam de apurações sobre acidentes em caso de morte. Os sindicalistas alegam que propostas de mudanças nesses pontos não teriam sido contempladas pela empresa."
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