"Os trabalhadores terceirizados dos setores de tecnologia da informação e telemarketing - nos quais grande parte das empresas presta serviços a outras empresas -, têm representação sindical, mas o reajuste dos salários nem sempre é igual ao dos trabalhadores não terceirizados.
No setor de TI, a diferença salarial ocorre porque há três diferentes tipos de funcionários, de acordo com o Sindpd, o sindicato que representa a categoria no Estado de São Paulo: os que trabalham em empresas especializadas de TI e, por isso, seguem a convenção coletiva da categoria; os terceirizados dentro dessas empresas, que nem sempre têm acesso ao acordo; e os que são funcionários de empresas, cujo foco não é TI - a minoria. Se esse empregado, por exemplo, dá suporte de "help desk" em um hospital, seguirá a convenção dos profissionais de saúde. Grande parte dos problemas ocorre com companhias que terceirizam empregados em empresas especializadas de TI, segundo o Sindpd.
Os trabalhadores de empresas que locam mão de obra, e funcionários de firmas cuja atividade-fim não é TI, levam desvantagem, se não for respeitado o regime semanal de 40 horas, direito garantido na convenção da categoria.
Esses funcionários também saem perdendo, se os salários tiveram reajuste abaixo da inflação nos últimos sete anos, já que o setor tem alcançado índices de reposição salarial acima da inflação no período. Em 2011, o aumento foi de 7,5% - um ponto percentual de aumento real.
Também não existe uniformização no setor de telemarketing, conta Stan Braz, presidente do sindicato patronal paulista da categoria, o Sintelmark, que acompanha as negociações de empregados terceirizados. "Nem sempre o reajuste é o mesmo de trabalhadores de call centers próprios", diz. Segundo ele, 60% dessas unidades são terceirizadas.
A categoria tem data-base em janeiro, piso salarial de R$ 700 e, no último reajuste, teve 2% de aumento acima da inflação. "O terceirizado não tem nada diferente de outro trabalhador", defende. "O que acontece é que esse setor é cada vez mais
Um gerente de telemarketing, por exemplo, pode chegar a ganhar R$ 5 mil e, apesar do curso superior não ser obrigatório para exercer a função, as empresas incentivam os funcionários a se especializar para assumir outras funções além do atendimento por telefone, como o diálogo com o cliente por meio das redes sociais e nos chats das empresas.
"O crescimento do funcionário depende dele mesmo, e não da empresa", diz o presidente do Sintelmark, para quem já ficou ultrapassada a ideia de que o telemarketing é um setor que não precisa de mão de obra qualificada."
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