sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Projetos de quatro novas usinas (Fonte: Correio Braziliense)

"O discurso da presidente Dilma Rousseff na reunião da ONU sobre segurança nuclear confirma a disposição do governo brasileiro de ter novas usinas nucleares, além das já existentes Angra 1 e 2 e de Angra 3, em construção. Depois do acidente em Fukushima, no Japão, em março deste ano, o governo apresentou uma posição dúbia sobre o futuro de quatro projetos de usinas, previstos para ampliar a geração de energia no país. A apresentação na ONU corrobora o que já prevê o Plano Plurianual (PPA) do governo para 2012 a 2015, encaminhado ao Congresso há menos de um mês: ainda no mandato de Dilma, a União vai "viabilizar" e "projetar" quatro novas usinas nucleares.
A presidente repetiu um posicionamento recorrente da diplomacia brasileira nos fóruns internacionais. Não é novidade a cobrança pelo fim das ogivas nucleares e por maior fiscalização nos países que detêm armamento nuclear, a cargo da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O Brasil tem quatro compromissos firmados de não adoção de armas nucleares: a própria Constituição Federal, um acordo com a Argentina e a AIEA, um tratado com países da América Latina e do Caribe — o Tlatelolco, citado ontem por Dilma — e o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.
A presidente, porém, defende que o país amplie a geração de energia elétrica por meio de usinas nucleares. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, já havia feito uma declaração nesse sentido antes da viagem de Dilma a Nova York. Ontem, a presidente deu todos os sinais de que a matriz nuclear será ampliada.
A viabilização e projeção das quatro novas usinas é responsabilidade do Ministério de Minas e Energia, como consta no PPA encaminhado ao Congresso. Outras ações previstas para o Ministério de Ciência e Tecnologia, pasta à qual estão subordinados os órgãos que cuidam da política nuclear brasileira, mostram a disposição do governo em ampliar a exploração da energia nuclear. Até 2015, o governo quer expandir a produção de combustível nuclear e diminuir, com isso, a dependência do Brasil a indústrias de outros países."

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