Os bancários promoveram novas manifestações nesta terça-feira, dia 12, em todo país, protestando contra a onda de demissões e as precárias condições de trabalho. A Contraf-CUT, federações e sindicatos denunciaram a política de rotatividade do banco, que no primeiro semestre deste ano provocou o desligamento de quase 4 mil trabalhadores.
A cobrança pelo cumprimento de metas abusivas foi outro tema que motivou as manifestações. "Os funcionários do Itaú estão convivendo com um ambiente de pressão muito grande. É ameaça de demissão, é cobrança constante para atingir metas, que em muitos casos chegam a 400%", denuncia Wanderley Crivellari, um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, coletivo que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco.
A situação é a mesma em todo o país, conforme foi diagnosticado pelos dirigentes sindicais no Encontro Nacional, realizado na última sexta-feira, dia 8, em São Paulo. "De norte a sul do país os funcionários do Itaú estão sofrendo com as péssimas condições de trabalho, estão adoecendo e, o que é pior, não vemos da direção do banco movimentações no sentido de melhorar esta situação", acrescenta Wanderley.
Prêmio de sustentabilidade devia ser devolvido
Prêmio de sustentabilidade devia ser devolvido
Em São Paulo, durante protesto no Centro Empresarial Itaú Conceição (Ceic), os bancários fizeram uma encenação humorística sobre as mentiras dos presidentes do Itaú e Unibanco na época da fusão, em 2008. "Mas você falou que não ia demitir", reclamava um dos interlocutores. "Você ganha o título de melhor banqueiro lá fora, mas a gestão é nossa", choramingava o outro.
O diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo e funcionário do Itaú, Daniel Reis, destacou que a recente conquista do prêmio Financial Times Sustainable Awards, que reconhece as melhores políticas e práticas de sustentabilidade do setor financeiro - recebido na Inglaterra pelo Itaú -, não é justa.
"Sustentabilidade implica na utilização racional dos recursos naturais ou manufaturados, mas, quando o assunto é seu maior bem, os bancários, há descarte e desrespeito na gestão dos trabalhadores. Isso é ignorado pelo jornal inglês que concedeu o prêmio. Por isso pedimos que devolvam a premiação e façam primeiro o dever de casa", apontou Daniel.
"Sustentabilidade implica na utilização racional dos recursos naturais ou manufaturados, mas, quando o assunto é seu maior bem, os bancários, há descarte e desrespeito na gestão dos trabalhadores. Isso é ignorado pelo jornal inglês que concedeu o prêmio. Por isso pedimos que devolvam a premiação e façam primeiro o dever de casa", apontou Daniel.
Faixas como "pelo fim da demissão imotivada" ou ainda "brilho nos olhos só se forem lágrimas de demitidos" denunciavam a atitude do banco que tem substituído funcionários com salários maiores ou próximos da aposentadoria por outros a um custo menor."
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