"ESTUDO Análise mostra diferenças sociais e econômicas
Embora representem 51,3% de uma população estimada em 192 milhões de brasileiros, e tenham cada dia mais assumido a chefia dos lares, as mulheres continuam a amargar índices insatisfatórios quando comparadas aos homens em diversos aspectos sociais e econômicos. Elas se mantêm com os salários mais baixos, ocupam principalmente os postos de trabalho assalariados e permanecem com a obrigação dos afazeres domésticos mesmo trabalhando fora de casa. Em média, gastam 22 horas por semana cuidando dos serviços referente à casa e aos filhos contra 9,8 horas dos homens. Esses dados estão reunidos na primeira edição do Anuário das Mulheres Brasileiras fruto de uma parceria entre o Departamento Intersindical Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e a Secretaria de Políticas para as Mulheres.
Intitulado “As mulheres no Mercado de Trabalho Brasileiro: Informações qualitativas e quantitativas”, o anuário tem como objetivo reunir indicadores a fim de balizar a estruturação e a aplicação de políticas públicas voltadas para a erradicação das desigualdades de gênero. De acordo com economista do Dieese e coordenadora do Anuário, Patrícia Costa, no documento estão presentes dados que constatam a desigualdade entre os gêneros no País, seja no mercado de trabalho, nas famílias, no campo educacional, na saúde e nos espaços de poder. “Todos os comparativos apresentam uma realidade gritante de divisão sexual do trabalho, seja salarial, na divisão dos trabalhos de casa, na ocupação dos espaços de poder”, destaca.
No Nordeste, nos lares chefiados por mulheres predominam dois tipos de família: mães com filhos menores de 14 anos (19,5%) e com filhos maiores de 14 anos (29,7%). É no mercado de trabalho onde a desigualdade se mostra mais forte, principalmente nos serviços domésticos nos quais a proporção de mulheres ocupadas (17%) supera de longe os homens (0,9%). Enquanto isso, eles são maioria na construção civil, com 12,6% contra 0,5% delas. Entre os empregadores, a hegemonia também é masculina (73,7%). Contudo, apesar da supremacia dos homens nos setores que melhor remuneram, o salário feminino é importante para a composição da renda familiar. A violência doméstica é outro item apontado como importante pela coordenadora. Para a elaboração do Anuário, foram utilizadas as principais bases de dados disponíveis na sociedade como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios e a Pesquisa de Emprego e Desemprego e do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. O anuário está disponível no site do Dieese e da SPM."
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