"Empresa se beneficia de incentivos fiscais mas não há contrapartidas que garantam a geração de emprego e renda
A Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do RS (FTIA-RS) preocupada com o número elevado de demissões, promovidos pelo grupo Marfrig no Estado, enviou uma carta de repúdio ao Conselho Administrativo – Agregar/RS Carnes.
No documento a FTIA-RS manifesta que a empresa está tomando atitude, sem buscar nenhuma alternativa. Hoje as demissões ultrapassam 800 desligamentos, nos municípios de São Gabriel, Capão do Leão, Alegrete e Bagé. “Com a projeção de mais cortes ainda este ano. Diante desta situação, o sentimento que predomina entre os trabalhadores e suas entidades representativas é de surpresa e indignação”, diz o documento de repúdio.
Cabe lembrar, que o Marfrig se beneficia dos incentivos de isenção fiscal do Agregar/RS Carnes e, no ponto de vista dos trabalhadores, a principal contrapartida deve ser a geração de emprego e renda. A medida adotada reflete, inclusive, na precarização do trabalho, pela sobrecarga imposta aos que continuam trabalhando, comprometendo a qualidade de vida.
Foram muitas expectativas criadas, nas suas unidades. Em São Gabriel, por exemplo, quando foi inaugurada a planta local, havia a promessa de chegar a mil empregos, sendo que este ano de 800 deve reduzir para 400 empregos.
Atitudes como esta mostram que o único objetivo da empresa é o lucro e isso é incompatível com quem recebe incentivos públicos e tem em seu discurso um projeto de inserção social. Na mínima dificuldade, empurram para os trabalhadores pagarem a conta, juntamente com suas famílias.
No nosso entendimento, diz o documento da FTIA-RS, trata-se de uma estratégia de imposição de preços, característica de empresas que dominam o mercado, pois o próprio Marfrig admite que aguarda patamares economicamente viáveis, para a retomada normal da produção.
Por fim, enfatizamos que a FTIA-RS, através da sua representação no Conselho Administrativo do Programa Agregar, irá acatar e se posicionar favoravelmente a qualquer decisão que seja tomada pelos Sindicatos responsáveis pela concessão da carta de anuência ao Marfrig, o que poderá implicar na sua desabilitação junto ao programa e conseqüente perda dos benefícios.
O documento de repúdio foi protocolado no Conselho nesta terça-feira (26).
Histórico em Porto Murtinho-MS – Em maio de 2011 a empresa Marfrig, na unidade de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, demitiu 280 funcionários alegando crise financeira. Porém, dias depois divulgou lucro de R$ 25,2 milhões no País, contrariando a crise anunciada."
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