quarta-feira, 27 de julho de 2011

BRF venderá oito fábricas (Fonte: Correio Braziliense)

"Unidade de processamento de aves do DF está entre as que serão repassadas pela Brasil Foods para respeitar determinação do Cade
A Brasil Foods (BRF), empresa criada após a compra da Sadia pela Perdigão, incluiu a unidade de processamento de alimentos de Brasília no bloco de ativos que colocará à venda para atender a acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). No total, oito fábricas, localizadas em várias parte do país, serão negociadas integralmente pelo grupo. Outras duas terão parte de suas operações alienadas.
A lista dos ativos — que terão de ser arrematados por uma única empresa concorrente — foi divulgada ontem pela BRF. A compradora terá o controle integral das unidades industriais de São Gonçalo dos Campos (BA); Bom Retiro do Sul (RS); Lages (SC); Salto Veloso (SC); Duque de Caxias (RJ); Santa Cruz do Sul (RS) e Três Passos (RS), além de Brasília.
A expectativa é que a toda a operação seja concluída até o meio do ano que vem. A venda foi determinada pelo Cade para validar a união da Sadia com a Perdigão, acertada em 2009.
A unidade candanga fica em Samambaia, a cerca de 30 quilômetros do centro de Brasília, e produz tanto para o mercado interno quanto para o externo. Ela pertencia à Só Frango e foi adquirida pela Sadia em 2005. As instalações incluem um abatedouro de aves e uma fábrica de salsichas, que empregam 2,5 mil pessoas. Cerca de 120 criadores de aves trabalham como fornecedores da empresa.
Além do repasse integral das oito fábricas, a BRF vai precisar se desfazer parcialmente das operações nas cidades de Carambeí (PR) e Várzea Grande (MT). No Paraná, a BRF venderá a parte de processamento de suínos, mantendo as atividades na área de aves e produtos lácteos. Já no Mato Grosso, será passado adiante o setor de alimentos processados, enquanto o de bovinos permanecerá com a BRF. Em Valinhos (SP), apenas os equipamentos industriais serão vendidos.

Empregos
Com o objetivo de tentar assegurar os postos de trabalho, ficou acertado que a empresa compradora deverá manter os empregados de todas as unidades por, no mínimo, seis meses. Já os contratos com os produtores rurais deverão ser preservados pelo menos por 12 meses, mas serão respeitados os compromissos de maior prazo porventura existentes.
Até que a venda dos ativos seja concretizada, nada deve mudar para os consumidores, que vão continuar encontrando produtos de todas as marcas pertencentes a BRF. "Depois disso, talvez a diversificação dos itens sofra um baque, e quem já é acostumado com uma marca pode ter dificuldades em encontrar um substituto", afirmou João Felipe Sauerbronn, professor da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ).
Na teoria, a entrada de um novo concorrente fortalecerá a competição no setor de alimentos processados e pratos prontos. Dados da procuradoria do Cade mostram que, em alguns itens, a BRF detém até 90% do mercado. Sauerbronn, no entanto, aposta que o conjunto de ativos será comprado por uma empresa que já atua ou tem conhecimento do setor. "A entrada de um novo participante é sempre mais difícil. É mais provável que a compradora já tenha alguma ligação com o segmento", explica.
Há dois anos, em consequência de operações especulativas no mercado de câmbio, a Sadia enfrentou sérias dificuldades financeiras e, para continuar no negócio, concordou em ser vendida para a Perdigão, sua principal concorrente. Juntas, ambas possuem faturamento anual líquido de R$22 bilhões. Como o negócio criou uma gigante da indústria alimentícia, precisou passar pelo aval do Cade. O relator do processo, Carlos Ragazzo, votou contra a fusão, por entender que a ela traria grandes danos à concorrência no mercado interno. Até então, a BRF não queria abrir mão de nenhuma marca ou ativo do grupo. O conselheiro Ricardo Ruiz pediu vistas e negociou o acordo que acabou prevalecendo.

Candidatos
Ninguém assume oficialmente, mas muitas empresas já discutem internamente a possibilidade de fazer uma oferta pelo conjunto de ativos da BRF. Especula-se que o frigorífico JBS e a Marfrig — detentora da marca Seara — estariam interessados, mas eles não comentam o caso. Porém há quem aposte que o novo concorrente pode vir do exterior. Várias empresas estão de olho no mercado brasileiro, que está em crescimento e apresenta maior estabilidade que a verificada no cenário internacional.

IBGE contrata
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai contratar 150 funcionários temporários. Do total de vagas, 132 são para o cargo de agente de pesquisas por telefone, que exige nível médio e um ano de experiência na função de operador de teleatendimento. As outras 18 são para o de supervisor de pesquisa, sendo 15 para quem concluiu graduação em qualquer área do conhecimento e três para estatísticos. Os aprovados serão lotados no Rio de Janeiro e receberão salários que variam de R$ 700 a R$ 4 mil, além de benefícios como auxílio-alimentação e vale-transporte. Os serviços serão prestados até o prazo de dois anos. As inscrições podem ser feitas entre 9 e 22 de agosto por meio da página www.consulplan.net. O valor da taxa vai de R$ 20 a R$ 100."

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