“Quatro diretores da unidade hospitalar deixam o cargo alegando divergências com gestores da Universidade de Brasília
Lucas Tolentino
Depois do cancelamento de cirurgias da semana passada, os diretores do Hospital Universitário de Brasília (HUB) pediram demissão coletiva ontem. O diretor-geral, Gustavo Adolfo Romero, e outras três integrantes da cúpula de gestores decidiram deixar o comando da instituição. Em nota, o grupo alegou que o desligamento decorre de divergências de “posturas ideológica e prática com a administração superior da Universidade de Brasília (UnB)” em relação à Medida Provisória nº 520, que autoriza o governo a criar uma empresa pública para prestação de serviços gratuitos de assistência médica.
Lucas Tolentino
Depois do cancelamento de cirurgias da semana passada, os diretores do Hospital Universitário de Brasília (HUB) pediram demissão coletiva ontem. O diretor-geral, Gustavo Adolfo Romero, e outras três integrantes da cúpula de gestores decidiram deixar o comando da instituição. Em nota, o grupo alegou que o desligamento decorre de divergências de “posturas ideológica e prática com a administração superior da Universidade de Brasília (UnB)” em relação à Medida Provisória nº 520, que autoriza o governo a criar uma empresa pública para prestação de serviços gratuitos de assistência médica.
Os diretores se recusaram a dar mais informações sobre o assunto e marcaram entrevista coletiva para hoje. O reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Júnior, afirmou ontem à noite aceitar a demissão coletiva, mas ressaltou que a universidade ainda não tem uma posição definida a respeito da MP 520. “Ainda nem levei a discussão ao Conselho Universitário”, disse.
A carta assinada por Gustavo Romero e por outras três diretoras — Maria Imaculada Muniz Barboza Junqueira, Elza Ferreira Noronha e Laene Pedro Gama — foi entregue no fim da tarde de ontem ao reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Junior. Os quatro classificaram o pedido como irrevogável. Na nota enviada à imprensa, ainda afirmaram que ficarão “à disposição da instituição para garantir a transferência tranquila do cargo para os novos diretores sem afetar a segurança dos pacientes e as atividades dos profissionais em treinamento no HUB”.
Sem materiais
A demissão coletiva agrava a crise que se arrasta no hospital. Na quarta-feira passada, o HUB suspendeu as cirurgias agendadas em decorrência de falta materiais básicos, como fios para suturas. Um débito de R$ 7,6 milhões com fornecedores impossibilitou a compra de equipamentos para o abastecimento do centro médico. Com o objetivo de amenizar a situação, a UnB liberou R$ 1,5 milhão para o pagamento de dívidas com as empresas que compõem os estoques do hospital e a previsão, segundo o HUB, é de que as intervenções voltem ao normal até amanhã. Pelo menos 22 pacientes foram prejudicados pelos cancelamentos.
A demissão coletiva agrava a crise que se arrasta no hospital. Na quarta-feira passada, o HUB suspendeu as cirurgias agendadas em decorrência de falta materiais básicos, como fios para suturas. Um débito de R$ 7,6 milhões com fornecedores impossibilitou a compra de equipamentos para o abastecimento do centro médico. Com o objetivo de amenizar a situação, a UnB liberou R$ 1,5 milhão para o pagamento de dívidas com as empresas que compõem os estoques do hospital e a previsão, segundo o HUB, é de que as intervenções voltem ao normal até amanhã. Pelo menos 22 pacientes foram prejudicados pelos cancelamentos.
Empresa pública
A Medida Provisória (MP) nº 520, adotada em 31 de dezembro do ano passado, dá à União a possibilidade de criar a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao Ministério de Educação. Entre outras coisas, a entidade deve incentivar o ensino e a pesquisa em universidades federais e prestar serviços de apoio ao processo de gestão dos hospitais universitários e federais.”
A Medida Provisória (MP) nº 520, adotada em 31 de dezembro do ano passado, dá à União a possibilidade de criar a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao Ministério de Educação. Entre outras coisas, a entidade deve incentivar o ensino e a pesquisa em universidades federais e prestar serviços de apoio ao processo de gestão dos hospitais universitários e federais.”
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