sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

“Eletros busca alternativas para acabar com déficit” (Fonte: Valor Econômico)

Autor(es): Janes Rocha | Do Rio


“Eliminar um déficit atuarial de aproximadamente R$ 30 milhões é a meta para 2011 do novo diretor financeiro da Fundação Eletros, Jack Steiner. Funcionário de carreira aposentado da Eletrobrás, Steiner acaba de assumir o cargo para o qual foi eleito em novembro, em substituição a Sylvio Murad.
Fundo de pensão dos funcionários da Eletrobrás, do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Eletros encerrou 2010 com 4.740 participantes e patrimônio total de R$ 2,6 bilhões, praticamente no mesmo patamar de 2009. Os números são preliminares, já que o balanço completo da fundação ainda não foi fechado.
O déficit da Eletros foi gerado em 2008 por dois fatores: a crise financeira internacional e um aumento no passivo pela adoção de um novo cálculo para o adicional de aposentadoria por decisão judicial.
A fundação registrou R$ 108 milhões em déficit atuarial em 2008, valor que foi reduzido em 2009 para R$ 94 milhões.
Steiner disse que a rentabilidade dos investimentos em 2010 foi "boa", tanto na renda fixa quanto variável. No plano de benefícios definidos (BD) Eletrobrás, o maior dos cinco administrados pela Eletros, a rentabilidade até dezembro foi de 18,08%. O patrimônio da Eletros está aplicado em sua maior parte (90%) em renda fixa.
Porém, a expectativa é de queda nas taxas de juros, o que vai obrigar a fundação a ampliar os investimentos em renda variável. "Vamos buscar investimentos alternativos que possam proporcionar rentabilidade superior às nossas metas", disse Steiner.
Dos 10% aplicados em renda variável, a Eletros aplicou 2% em 2010 em fundos multimercado. Na política de investimentos aprovada para 2011, os gestores da carteira da fundação tiveram autorização para expandir esse percentual até 6% em cada um dos três planos (um de benefício definido e dois de contribuição definida).
Embora seja patrocinada por empresas do setor elétrico, a Eletros não tem esse segmento como foco em sua estratégia de investimentos. O fundo aplica recursos em ações dos setores de mineração, petróleo e comércio. "O setor elétrico pode vir a ser um foco e merece nossa atenção, mas vamos aguardar definição governamental quanto à renovação das concessões que vencem até 2015", afirmou Steiner.
Na verdade, a Eletros deu um passo atrás no setor elétrico ao deixar o grupo de fundos de pensão que lançou o Energia I. Estruturado e administrado pela Rio Bravo, o Energia I é um fundo de investimento em participações lançado em 2010 para aplicar em projetos de hidrelétricas, eólicas, térmicas e empresas de geração de energia a partir da biomassa e da captação de luz.
A primeira captação, no valor de R$ 300 milhões, foi concluída em outubro junto a 22 investidores, segundo informou o diretor de Private Equity da Rio Bravo, Paulo Silvestri.
O Eletros foi um dos idealizadores do Energia I, junto com a Fundação Itaipu Brasil de Previdência Complementar e Fachesf (Chesf). Porém, Steiner disse que, por causa do déficit, a Eletros desistiu de participar do projeto em que aplicaria R$ 30 milhões. Ficaram no projeto, entre outros, os fundos de pensão Eletroceee (CEEE), Brasiletros (Ampla), Previnorte (Eletronorte e outros) e Elos (Eletrosul), todos do setor energético, e Banesprev (Santander).”

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