"A UNI Finanças lançou uma campanha por meio da qual sindicatos e trabalhadores de todos os continentes e categorias podem assinar carta a ser encaminhada ao presidentes do Santander no Brasil, Jesús Zabalza, e do grupo na Espanha, Emilio Botín.
A campanha é uma resposta à tentativa da empresa de intimidar as entidades sindicais por intermédio da Justiça, ferindo direito à liberdade de expressão e ação sindical. “O banco utiliza a estratégia de levar para a Justiça um tema que deveria ser abordado na esfera do trabalho. O melhor caminho para esse tipo de situação é o estabelecimento imediato de uma mesa de diálogo disposta a escutar e avaliar os problemas que ambas as partes têm a apresentar”, defendeu a UNI Finanças em comunicado da campanha.
Além de organizar a campanha, A UNI Finanças, entidade representativa de três milhões de trabalhadores no planeta da área de finanças e seguros, encaminhou carta própria para ambos os mandatários.
“Essa postura representa, na verdade, um ataque ao movimento sindical como um todo e não somente aos bancários. A estratégia fere o direito de organização e liberdade de expressão, com a clara tentativa de coibir a luta por melhores condições de trabalho. Por isso, buscamos o apoio da UNI Finanças na realização de uma campanha mundial que denuncie e repudie esse desrespeito”, explica Rita Berlofa, diretora executiva do Sindicato, ao ressaltar que o movimento não irá se calar mesmo diante da tentativa de intimidação por parte da instituição financeira.
Histórico – Essa não é a primeira vez que o Santander tenta, através de ações indenizatórias por danos morais, intimidar a atuação das entidades representantes dos bancários no Brasil. Em 2011, o banco entrou na Justiça em função do protesto no jogo final da Copa Libertadores, que tinha o Santander como patrocinador. As entidades sindicais foram condenadas ao pagamento de R$ 1,5 milhão e recorrem da decisão. Atualmente aguardam julgamento.
Naquela ocasião, foram denunciadas demissões, elevados bônus pagos aos executivos e desrespeito com os aposentados do antigo Banespa, adquirido pelo Santander no ano 2000. Agora o banco espanhol recorre à mesma tática em função do protesto realizado em todo Brasil no dia 11 de abril de 2013, contra falta de funcionários, pelo fim das demissões, metas abusivas e do assédio moral.
A instituição entrou novamente na Justiça contra o Sindicato, Fetec-CUT/SP e Contraf-CUT, alegando “prejuízo irreparável à imagem do Santander chegando a beirar a barbárie”. O banco exige condenação ainda superior ao R$ 1,5 milhão, uma vez que a primeira não trouxe o efeito esperado, ou seja, calar os trabalhadores.
Solidariedade latina – Os bancários brasileiros também receberam o apoio de trabalhadores do Santander de diversos países da América Latina e Europa, que compõem a Rede Sindical Internacional do banco Santander. Reunidos em Assunção, no Paraguai, durante a 13ª Reunião do Comitê Sindical Internacional do Banco Santander da UNI América Finanças, representantes da Argentina, Paraguai, Uruguai e Costa Rica assinaram uma declaração de repúdio encaminhada aos presidentes Zabalza e Botín.
“Denunciamos, repudiamos e colocamos para conhecimento de todo o movimento sindical internacional as práticas antissindicais da empresa e sua política de “responsabilidade social” que, diante da mobilização sindical amparada pela constituição de um país que prevê o livre exercício de sindicalização, acionou a Justiça para denunciar seus próprios trabalhadores”, diz trecho da declaração de repúdio.
Manifestações – No dia 22 de maio, atos em agências nas principais regiões de São Paulo denunciaram a prática, com distribuição de carta aberta aos clientes e funcionários.
No dia seguinte, 23 de maio, Dia Internacional de Repúdio às Práticas Antissindicais do Santander no Brasil, além da distribuição de carta aberta à população nas saídas dos metrôs, faixas nos principais semáforos da Avenida Paulista denunciaram a postura antissindical adotada pelo banco espanhol no Brasil. As manifestações contra a postura do Santander continuaram no dia 24, nas principais concentrações do banco: Torre, Casa 1, 2 e 3, SP 1 e 2, e Bráulio Gomes."
Fonte: CUT-SP
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