"Analistas preveem queda na divisão dos lucros do setor após medidas do governo e risco de racionamento
Excluídas. Oliveira, da Magliano: a corretora tirou os papéis de elétricas de seu portfólio
Depois de tomarem um tranco na Bolsa de Valores, após o governo federal anunciar, em setembro, medidas para reduzir o custo da energia, as ações do setor elétrico voltam a ficar na berlinda neste início de ano. Nos sete primeiros pregões da Bovespa de 2013, as ações das 34 companhias do setor perderam R$ 2,5 bilhões em valor de mercado. Nos quatro últimos meses de 2012, elas já haviam perdido R$ 34,8 bilhões do seu valor. Desta vez, o fantasma de um racionamento de energia foi o motivo para a debandada dos investidores. É um paradoxo para um segmento que sempre foi atraente por um motivo especial: o pagamento de dividendos. Neste novo cenário para as elétricas, os dividendos devem minguar, por enquanto, avaliam especialistas no setor. Para investir nesses papéis, dizem eles, será necessário garimpar empresas que terão sua receita menos afetada.
- Até 2011, as elétricas pagavam dividendos que variavam entre 10% e 12%, na média. Agora, esse percentual deve ficar entre 6% e 7%. Mas algumas companhias podem nem pagar - avalia William Alves, analista da XP Investimentos.
O dividendo nada mais é do que a distribuição de parte do lucro obtido pela empresa entre os acionistas. É um rendimento extra, que não depende da valorização das ações. As elétricas sempre pagaram bons dividendos porque tinham boa geração de caixa e pouca necessidade de fazer investimentos. Eram também consideradas ações defensivas, papéis que oscilavam pouco, mesmo nos momentos de maior solavanco no mercado. Como se viu nos últimos meses, isso mudou. As quedas na Bolsa chegaram a quase 50%.
O tombo das elétricas começou quando o governo mexeu com a perspectiva de lucro dessas companhias, explica Júlio Oliveira, sócio da Magliano Corretora. Para reduzir o valor das contas de luz em até 20%, a partir de fevereiro deste ano, Brasília antecipou a renovação das concessões das usinas que venceriam até 2017 e exigiu que as geradoras e transmissoras aceitassem uma remuneração até 70% menor pelo serviço prestado. Com isso, as companhias que aderiram à proposta vão perder receita. E, embora o governo negue que exista o risco, um racionamento de energia reduziria as vendas, também tendo impacto sobre a receita.
- A utilização das térmicas também preocupa os acionistas de empresas distribuidoras. O custo de produção de energia é mais alto, e as empresas terão gastos maiores até que as tarifas sejam reajustadas - explica Pedro Galdi, estrategista da corretora SLW..."
Íntegra disponível em: http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2013/1/14/eletricas-devem-ter-apagao-de-dividendos
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