"Em meio a um massacre das ações da Eletrobras nas bolsas de valores, após quase um mês de bombardeio cerrado dos críticos contra a política governamental para as concessões de energia elétrica, o governo, afinal, recebeu reforços: os dirigentes industriais, que elegeram o corte no custo de energia entre as prioridades de sua pauta de reivindicações, publicaram anúncios de página inteira para cobrar aprovação da Medida Provisória 579, assinada pela presidente Dilma Rousseff, com a mudanças nas regras do setor.
"A presidente seguiu a cartilha da Fiesp", defende o diretor do departamento de infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Carlos Cavalcanti.
Entre 2015 e 2017 vencem as concessões de 85 mil quilômetros de linhas de transmissão e de usinas que geram 22,3 gigawatts, ou quase 22% do parque de geração de energia no país. As geradoras, todas estatais que, por motivos políticos, escaparam à onda privatizadora em governos anteriores, entre elas a federal Eletrobras, pressionavam pela renovação dessas concessões, uma tradição no setor. As federações de indústria cobravam novas licitações, ao fim das concessões, para garantir operadores com preços mais baixos.
Já não se pode dizer que governo está só na briga por tarifas
O governo permitiu a renovação, mas só para quem aceitar, até 4 de dezembro, um corte nos preços. Os que preferirem manter as tarifas atuais terão suas concessões encerradas e leiloadas ao fim dos contratos. O governo aceitou indenizar as empresas pelos ativos (investimentos) que não forem amortizados, mas a diferença entre o que as geradoras contabilizam como ativos e o que o governo se dispõe a pagar gerou furor entre investidores e levou a uma queda abissal nas ações do setor. A líder Eletrobras, apesar de uma alta de quase 7% em média na sexta-feira, acumula perdas entre 59,5% (preferenciais) e 68,9% (ordinárias) no ano, segundo o Valor Data..."
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