quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Eletrobras divide 'indústria do voto (Fonte: Valor)

"A indústria de recomendação de voto está dividida sobre a assembleia de acionistas da Eletrobras, no próximo dia 3. De um lado, a Glass Lewis sugere aos acionistas da companhia que votem contra a renovação das concessões de energia. Do outro, a ISS, que pertence ao grupo MSCI, diz a os investidores que acompanhem a avaliação da administração da empresa e votem a favor dos termos do governo.O tema tem se mostrado o mais polêmico do mercado de capitais brasileiro desde a mega capitalização da Petrobras, de R$ 120 bilhões, na qual o governo transferiu à estatal o direito de explorar o pré-sal brasileiro e provocou a diluição dos investidores de mercado, em 2010.
Há uma forte mobilização, até maior do que houve no caso da estatal do petróleo, alertando para as consequências da Medida Provisória 579 - popularmente conhecido como o pacote para o setor de energia - tanto para a sustentabilidade da Eletrobras como para os impactos negativos sobre o próprio mercado de capitais brasileiro, dado grau de interferência governamental no processo.
A empresa vem sofrendo fortes perdas na bolsa desde o anúncio do pacote. Os prejuízos se intensificaram depois da publicação dos termos da MP 579 e de a administração da empresa - ao manifestar sua opinião sobre a proposta da renovação das concessões, há cerca de duas semanas - admitir que os impactos serão relevantes e negativos para o negócio.A administração da empresa concluiu que a renovação é R$ 1,7 bilhão mais vantajosa (trazidos os impactos a valor presente) do que a sua não aceitação, a despeito da perda de R$ 9 bilhões em receita e da baixa de R$ 18 bilhões em ativos. Os impactos negativos seriam compensados por esforços de aumento de eficiência. Depois disso, os preços-alvos para a companhia foram dramaticamente cortados. O Barclays indicou que era R$ 1, o Citibank, R$ 2, e o HSBC, R$ 5.
Na BM&FBovespa, a ação PNB da estatal fechou ontem em R$ 8,44. O valor de mercado da empresa despencou 64%. No fim de 2011, a companhia valia R$ 26,5 bilhões na bolsa e encerrou o pregão de ontem avaliada em R$ 9,7 bilhões.
Os estrangeiros são os principais acionistas da Eletrobras, depois da União Federal. O fundo norueguês Skagen, que administra um patrimônio total de US$ 18 bilhões, detém 15,65% das ações de mercado, seguindo pelo BlackRock, com 4,96%. O Skagen encaminhou uma dura carta à administração da estatal pedindo que fossem contrários à renovação e sugerindo que usassem estudos independentes para suas decisões..."


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