"Apesar de não ocorrido nenhum acidente fatal durante as obras da Arena Grêmio, que se encontra com um percentual de conclusão de 92%, os dados relativos às ocorrências em locais de trabalho no Rio Grande do Sul justificam o esforço no trabalho de prevenção e educação dos operários. Isso porque, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho, em 2010, houve 24,6 acidentes a cada mil vínculos de trabalho estabelecidos. É o terceiro maior índice de acidentes de trabalho do país.
Ao discursar para os operários da Arena, durante a manhã desta segunda-feira, o presidente do TST e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, João Oreste Dalazen, lembrou que estava presente ao ato para fazer uma urgente mensagem de alerta e que o excesso de confiança é uma das causas mais comum dos acidentes de trabalho. E, ao comparar o trabalho dos operários e a derrota da seleção brasileira na Copa de 1950, disse, depois de um acidente no local de trabalho por excesso de confiança, "um cenário de alegria pode se transformar em um cenário de profunda tristeza".
Dalazen ainda lembrou que é crescente e grave o número de acidentes de trabalhos em nosso país. Segundo dados oficiais citaddos, apenas no ano passado, 2 mil 796 trabalhadores morreram. "Isso quer dizer que os acidentes de trabalham provocam algo semelhante a um tsunami por ano. São quase três mil mortos a cada ano," reforçou.
"A experiência prova: quase todos os acidentes de trabalho são previsíveis. E, portanto, poderiam ser evitados. São causados por culpa de alguém e grande parte ocorre quando a prevenção falha. Precisamos dar um basta. Queremos que ao fim da jornada diária de trabalho cada um volte para a família de vocês", alertou o presidente do TST.
Em seguida, falou o ex-goleiro do Grêmio e atual deputado federal pelo Rio Grande do Sul, Danrlei. Ele lembrou quando, no início de carreira, ia começar um treino e o técnico Felipão o proibiu de entrar no campo em razão de não ter os equipamentos adequados. "Agradeço a ele por ter aquela atitude comigo. A partir daquele momento, não saí mais do vestiário sem meus equipamentos de trabalho", disse. Ele ainda pediu para que os colegas que esqueçam do equipamento sejam lembrados por outros companheiros.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Isabelino Garcia, informou que "90% da mão de obra da Arena Grêmio é de fora do Rio Grande do Sul" e se disse satisfeito ao saber que as autoridades de Brasília estão deixando seus gabinetes para visitarem as obras, mas se mostrou preocupado com obras de menor importância e onde trabalhadores estão sendo "mutilados".
Eduardo Antonini, presidente do Grêmio Empreendimentos, agradeceu os operários e pediu que mesmo operários que torcem por outros clubes tenham o Grêmio como segundo time em razão da importância de cada um deles na concretização do que considera um "um sonho".
Mayra Aguiar, medalhista olímpica em Londres/2012 e gremista, foi ovacionada pelos operários e comparou o trabalho dos operários ao dos judocas. "Se não cuidarmos de nosso instrumento de trabalho, que é nosso corpo, não teremos como trabalhar".
Por sua vez, Felipe Kitadai, também atleta medalhista nas Olimpíadas de Londres pela seleção brasileira de Judô, disse que o problema de uma lesão é que ela sempre acaba afetando uma pessoa da família ou um colega e incentivou os operários a se cuidarem.
O jogador de vôlei Paulão, outro medalhista olímpico (Barcelona 1992), que defendeu a seleção brasileira por 15 anos, lembrou que ficava treinando por até sete horas diárias e, por isso, não poderia nunca relaxar em suas cautelas com o corpo.
Ao final, o operário Luiz Gonzaga de Araújo recebeu uma camisa e material pedagógico das mãos do presidente do TST."
Extraído de http://www.tst.gov.br/web/guest/noticias/-/asset_publisher/89Dk/content/atletas-autoridades-e-operarios-se-unem-em-ato-por-trabalho-seguro-na-arena-gremio?redirect=http%3A%2F%2Fwww.tst.gov.br%2Fweb%2Fguest%2Fnoticias%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_89Dk%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-2%26p_p_col_count%3D2
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