"Ministra admitiu erro na medida que aumentou a carga horária dos médicos
A pressão dos médicos de hospitais federais, que ameaçavam fazer uma greve nacional, surtiu efeito. O governo federal admitiu o erro, recuou e aceitou modificar a medida provisória 568/2012, que reajusta salários dos servidores públicos, mas que provocaria problemas na remuneração dos médicos, com perdas de até 50%. Ontem, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, reconheceu o erro na elaboração da MP, que será corrigido pelo líder do governo no Senado e relator da MP 568, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), em seu relatório.
- O Ministério do Planejamento reconhece que houve um erro na medida provisória - disse Ideli, após reunir-se com o relator.
A MP 568 vem sendo debatida há 15 dias. Segundo médicos, a medida previa uma alteração na jornada de trabalho e na remuneração dos profissionais da saúde, levando à perda salarial. O senador apresentará o relatório com uma emenda acabando com as modificações propostas pelo Ministério do Planejamento sobre os vencimentos da categoria e criando tabelas de remuneração exclusivas para a carreira médica.
Eduardo Braga explicou que a nova tabela dos médicos não significará mudança salarial, mas uma correção na estrutura, criando tabelas específicas para a carreira. Ele pretendia finalizar o relatório ainda ontem e já distribuir o texto aos integrantes da comissão que analisa a MP, para tentar votá-la ainda hoje. Depois de votada, a MP segue para a análise dos plenários da Câmara e do Senado.
Ontem, no Rio, cerca de 200 médicos e residentes fizeram um protesto contra a MP, em frente ao Hospital Federal de Bonsucesso. Os manifestantes vestiam jalecos e camisas brancas com a frase: "O médico vale muito". No Rio, os médicos não aderiram à paralisação de ontem, que atingiu outros dez estados. Segundo a presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio (Cremerj), Márcia Rocha, a MP atinge 48 mil médicos no país, sendo que metade da categoria trabalha no Rio."
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