O projeto transfere do Ministério do Trabalho e Emprego para as entidades sindicais a obrigação de comunicar à Caixa Econômica Federal eventuais mudanças estatutárias ou administrativas. O relator, José Pimentel (PT-CE), apresentou voto favorável, mas rejeitou emenda de Aloysio Nunes que prevê prestação de contas dessas entidades perante o TCU.
Pimentel entendeu que, apesar dos "nobres propósitos" da emenda, ela contraria o princípio constitucional que veda ao poder público a interferência e a intervenção na organização sindical. Aloysio Nunes contra-argumentou: a Constituição obriga quem administra dinheiro público a prestar contas. Segundo ele, não há exceção.
Dívida ativa
O senador por São Paulo lembrou que os trabalhadores são obrigados a destinar a suas entidades um dia de salário por ano. O não pagamento da contribuição sindical autoriza a inscrição do crédito tributário em dívida ativa e a execução forçada.
– Portanto, não há como confundir a contribuição sindical com valores graciosamente recebidos pelos sindicatos e centrais sindicais – acrescentou.
Os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Francisco Dornelles (PP-RJ) alertaram para um eventual acúmulo de trabalhos no TCU, caso a emenda seja aprovada. Flexa Ribeiro (PSDB-PA) lembrou que o sistema "S" – composto de entidades como Sebrae, Senai, Senac e Senat – já é fiscalizado pelo TCU.
Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) concordaram com os argumentos de Aloysio Nunes e, no fim da discussão, o relator aceitou retirar o projeto de pauta para negociar uma solução.
Até lá, o TCU deve ser ouvido sobre a capacidade operacional de realizar esse tipo de fiscalização nos sindicatos. Aloysio Nunes concordou com a possibilidade de se restringir a obrigação da prestação de contas a entidades de nível superior, como as centrais sindicais, as confederações e federações."
Extraido de http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2012/05/15/fiscalizacao-do-tcu-sobre-sindicatos-gera-polemica-na-cae
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