Por: Vitor Nuzzi, Rede Brasil Atual
Publicado em 31/01/2012, 12:59
São Paulo – Se 2011 foi um ano no máximo razoável para a economia, o mercado de trabalho mostrou resultados acima do que se poderia esperar, na avaliação dos técnicos da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), de São Paulo, e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A taxa média de desemprego caiu para 10,5%, ante 11,9% no ano anterior. Na região metropolitana de São Paulo, a taxa, também de 10,5%, foi a menor desde 1990 (10,3%). Apenas em dois anos, são 700 mil desempregados a menos nas sete regiões pesquisadas. "Apesar de todas as incertezas e inseguranças, o mercado de trabalho teve bons resultados", diz o coordenador de análise do Seade, Alexandre Loloian. "Mesmo com a economia crescendo menos, os resultados foram muito positivos", acrescentou o economista Sérgio Mendonça, do Dieese. Ele destaca a tendência de formalização do mercado: na média anual, 86% dos empregos criados foram com carteira assinada.
A menor pressão da PEA (população economicamente ativa) contribuiu para a queda na taxa de desemprego. Com menos pessoas pressionando o mercado de trabalho, mesmo o ritmo menos intenso de criação de vagas foi suficiente para a redução. Na média de 2011, a ocupação cresceu 2,1%, o correspondente 407 mil postos de trabalho abertos, enquanto a PEA aumentou apenas 0,5% (105 mil pessoas a mais). Com isso, o número de desempregados caiu 11,5% (302 mil a menos), para um total de 2,318 milhões.
A taxa de desemprego caiu em todas as regiões pesquisadas, com destaque para Recife (-16,7%), Belo Horizonte (-16,7%) e Porto Alegre (-16,1%). Em São Paulo, a queda foi de 11,8%.
A maior parte dos empregos foi criada no setor de serviços (272 mil), que cresceu 2,6%. O comércio abriu 73 mil vagas (aumento de 2,3%) e a indústria, 33 mil (ligeira alta, de 1,1%). O maior crescimento percentual foi da construção civil: 5,2%, o correspondente a 65 mil vagas. Se em São Paulo esse setor praticamente não teve variação (0,3%), em outras regiões as altas foram significativas: 21,6% em Recife, 16,7% em Salvador, 9% em Porto Alegre e 8,9% em Fortaleza.
O rendimento médio dos ocupados, estimado em R$ 1.412, ficou praticamente estável, com variação de 0,2%. A massa de rendimentos cresceu 2,4%."
Nenhum comentário:
Postar um comentário