"As duas únicas usinas em operação no Brasil, Angra 1 e Angra 2, assim como Angra 3 em construção, estão localizadas no Estado do Rio de Janeiro - que não recebe, contudo, uma compensação financeira a exemplo dos royalties do petróleo e da compensação financeira paga pelas usinas hidrelétricas. O engenheiro nuclear Joaquim Francisco de Carvalho disse que deveria ser criada essa cobrança, uma vez que, apesar de o risco de um acidente ser pequeno, se ocorrer, os impactos são incalculáveis para a população e o meio ambiente.
- Em caso de acidente, os prejuízos são incalculáveis. Por isso não existe seguro para as usinas - explicou Carvalho.
O assistente da presidência da Eletronuclear, Leonan dos Santos, disse que a empresa é favorável à criação de uma taxa compensatória. A Eletronuclear gasta entre R$50 milhões e R$100 milhões por ano em projetos socioambientais, por meio de convênios com as prefeituras e órgãos da região. Além disso, investe cerca de R$100 milhões anuais no Hospital de referência de Praia Brava, em Angra.
- Nós apoiamos e somos favoráveis à instituição de uma compensação financeira incluída nas tarifas. Seria melhor do que ficar fazendo inúmeros convênios com diversos órgãos e prefeituras.
As usinas de Angra 1 e Angra 2 geram 1.700 megawatts (MW) médios, o que representa cerca de 38% do consumo de energia elétrica do Estado do Rio de janeiro. A energia das duas usinas é jogada no sistema interligado, mas é importante para o estado, por permitir o aumento da qualidade e da confiabilidade do sistema na região.
Já a lei 10.308 prevê o pagamento de uma pequena taxa para o depósito de rejeitos nucleares. Mas os valores são muito pequenos."
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