"Autor(es): Caio Junqueira e Raquel Ulhôa | De Brasília |
Valor Econômico - 03/01/2011 |
Os interesses da presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional continuarão a ser defendidos por alguns dos nomes que se destacaram como tropa de choque do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o grupo será ampliado por petistas experientes que ingressaram no Senado e outros em ascensão na Câmara. Nas duas Casas, haverá pulverização de poder no partido. Com senadores mais experientes e com atuação mais agressiva do que no governo Lula, a bancada do PT no Senado vai tirar do PMDB a exclusividade da interlocução com o Palácio do Planalto e da condução do processo legislativo - ainda que José Sarney (PMDB-AP) permaneça na presidência da Casa e Romero Jucá (PMDB-RR) seja mantido na função de líder do governo. Os 14 senadores do PT se reúnem no dia 11 de janeiro para escolher seu líder, a quem caberá conduzir as negociações com os demais partidos da base pelos espaços na Casa. São cotados para o cargo Humberto Costa (PE), ex-ministro da Saúde do governo Lula, e Wellington Dias (PI), ex-governador, ambos ex-deputados e integrantes da corrente partidária CNB (Construindo um Novo Brasil), a maior da legenda. Também estão no páreo Delcídio Amaral (MS), reeleito para novo mandato (da corrente Movimento PT), e a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT de Luta e Massa). Com direito à segunda opção na divisão dos cargos da Mesa Diretora, o PT decidiu escolher a vice-presidência em vez da poderosa Primeira Secretaria, responsável pelas decisões administrativas do Senado. A decisão PT é estratégica para o governo: o vice-presidente comanda o processo legislativo na ausência do presidente. Postulam o cargo na Mesa o ex-ministro da Previdência José Pimentel (CE), da CNB, Marta e Delcídio. Também deverão ocupar posições estratégicas para o governo o ex-governador Jorge Viana (AC), político habilidoso na relação com os demais partidos, o ex-prefeito de Nova Iguaçu e ex-deputado Lindberg Faria (RJ) (da CNB, porém mais independente) e o deputado Valter Pinheiro (BA), da Democracia Socialista (DS). Lindberg quer presidir a Comissão de Infraestrutura e luta para que ela seja uma das duas escolhas do PT. A outra deverá ser a CAE - Delcídio e Marta novamente são candidatos -, a segunda mais importantes depois da de Constituição e Justiça (CCJ), que deve ser presidida pelo PMDB. Ex-líder estudantil e ex-"cara pintada" que foi às ruas pedir o impeachment do ex-presidente da República Fernando Collor de Mello (hoje senador pelo PTB), o novo senador do Rio deverá ter papel destacado na defesa do governo no plenário, assim como Valter Pinheiro, pela experiência no embate verbal. Na Câmara, novos polos de poder do PT estão em ascensão e devem ampliar o canal do Planalto com o a bancada petista e os parlamentares da base governista. Nos oito anos do governo Lula, duas características foram comuns entre os mais destacados interlocutores da bancada do PT com o Palácio: ser paulista e integrar a corrente Construindo um Novo Brasil, a maior da legenda - onde se enquadraram, aliás, Lula e dos grandes líderes governistas na Câmara no período, como Antonio Palocci, Cândido Vaccarezza, João Paulo Cunha e José Genoino. Esse grupo continuará sendo fiel e mais importante auxiliar da presidente Dilma na Câmara. O melhor exemplo disso é que Vaccarezza deverá manter-se na liderança do governo na Casa. No entanto, terá, a partir de fevereiro, de conviver e dialogar com outras facções ascendentes que, embora também abriguem paulistas e integrantes da CNB, abrange outros grupos e Estados. O melhor símbolo dessa fragmentação de poder petista é o candidato do PT a presidente da Câmara, Marco Maia (RS), que em dezembro contrariou as expectativas, desbancou o líder do governo, Cândido Vaccarezza (SP) e foi o indicado pela bancada para a eleição de fevereiro. Para tanto, Maia contou com o auxílio de deputados que se insurgiram contra o predomínio paulista e da CNB na distribuição ministerial. Esses devem ter destaque nos próximos dois anos, caso Maia seja confirmado na presidência da Casa no dia 1º de fevereiro. São eles Jilmar Tatto (SP), do PT de Lutas e Massas, e Odair Cunha (MG), da CNB, que tiveram forte atuação em favor da candidatura Maia e compõem, junto com o secretário de Comunicação do PT, André Vargas (PR), a coordenação executiva da campanha para a Câmara. O ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (SP), do Movimento PT, terceiro maior grupo petista, é outro importante articulador. A Mensagem ao Partido, segunda maior corrente, também deve ter poder ampliado com o Palácio, tanto que o primeiro líder do PT será deste grupo, Paulo Teixeira, alçado ao cargo após também aderir a Maia no embate interno. Uma outra frente de poder petista também pretende consolidar a força até agora constatada mais pelas urnas do que na distribuição de poder no Legislativo e no primeiro escalão. Trata-se do PT do Nordeste, que fez quase um terço dos deputados petistas e tem no deputado José Guimarães (CE) seu maior expoente. No Senado, a bancada atual do PT, que encerra o mandato em 1º de fevereiro, tem oito senadores e fica atrás de PMDB, PSDB e DEM. A maior parte dos senadores era inexperiente ou tinha pouca vocação para embates de plenário. Atuaram na linha de frente, praticamente sozinhos, Aloizio Mercadante (SP) e Ideli Salvatti (SC), ambos integrantes da CNB e ministros do governo Dilma. Agora, o PT será a segunda bancada (14) e formará bloco com outros partidos governistas, somando 27 senadores." |
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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
#Congresso: "Quadros mais experientes reforçam PT" (Fonte: Valor Econômico)
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