terça-feira, 25 de janeiro de 2011

"Com as chuvas, preço da energia recua 60%" (Fonte: O Globo)


"Autor(es): A gência o globo : Ramona Ordoñez


O aumento do nível de água armazenada nos reservatórios das usinas hidrelétricas, devido às chuvas que têm caído nas últimas semanas, tem provocado uma forte redução nos preços da energia vendida no mercado livre. Segundo dados da comercializadora Enecel Energia, os preços médios em janeiro estão em R$30 o megawatt/hora (MWh), o que representa uma diminuição de 60% em relação aos R$75 cobrados em dezembro. As indústrias eletrointensivas são as mais beneficiadas com essa queda de preços. De acordo com dados da Câmara Brasileira de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), os preços variam entre R$22,64 e R$21,56 o MWh, nas regiões Sudeste/Centro-Oeste.


Raimundo de Paula Batista, sócio-diretor da Enecel Energia, explicou que o impacto positivo da redução dos preços pode ser observado nos contratos de compra de curto prazo, ou seja, de menos de um ano. Já nos contratos de longo prazo, que variam de dois até cinco anos, o impacto da atual queda de preços é menor. Apesar disso, a redução de agora sinaliza, a médio e longo prazos, uma tendência de queda dos preços da energia de origem hidrelétrica vendida também nos leilões do governo.

Consumo em todo o país cresceu 7,8% em 2010


- As empresas que estão comprando no mercado livre terão uma redução nos custos da energia, tornando-se mais competitivas, e com isso poderão baratear seus produtos ou aumentar o lucro - disse Batista.

Cerca de 25% da energia consumida no país são negociados no mercado livre, diretamente entre as geradoras e as grandes empresas consumidoras. Esse total representa 4 milhões de MWh médios por mês. Os 75% restantes são contratados nos leilões do governo federal.

O presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores (Abrace), Paulo Pedrosa, não acredita, porém, que a queda atual dos preços será refletida nos contratos de compra de médio e longo prazos. Segundo ele, as indústrias eletrointensivas ficam com 70% da energia comprada no mercado livre a longo prazo, ou seja, de cinco a seis anos. Os 30% restantes são negociados em contratos de médio prazo, dois anos, e de curtíssimo prazo, um ano.

- A queda de preços só é benéfica a curtíssimo prazo. Como as grandes indústrias compram a maior parte da energia do mercado livre em contratos de longo prazo, o efeito é pequeno. Essa queda de preços conjuntural não vai aumentar a produtividade das indústrias.


Em 2010, o consumo de energia elétrica no Brasil cresceu 7,8% frente a 2009 por causa da recuperação econômica. O avanço de 419.016 gigawatts/hora (GWh) ficou abaixo dos 8,1% previstos em outubro pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O consumo industrial de liderou a expansão, contribuindo com 4,5 pontos percentuais na taxa anual total. No ano passado, o consumo industrial cresceu 10,6% ante 2009, chegando a 183.743 GWh, superando os valores de consumo registrados em 2008, antes da crise financeira. A Região Sudeste foi a que apresentou o maior crescimento no consumo industrial, de 13,1%.

Já o consumo residencial avançou 6,3% no ano passado, para 107.160 GWh, mantendo praticamente o mesmo patamar de crescimento registrado em 2009, de 6,4%.

O consumo comercial de energia elétrica registrou expansão de 5,9% em 2010 ante 2009, para 69.086 GWh."

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