"Na manhã do dia 4 de novembro, policiais armados invadiram a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) em Guararema, São Paulo, que pertence ao Movimento dos Sem Terra (MST).
A ação brutal e fora da ordem judicial faz parte de uma operação contra o Movimento em três estados – Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Outra operação policial no Paraná prendeu seis integrantes do MST sob acusação incerta.
O MST foi criado há mais de 30 anos e se tornou o maior movimento social no Brasil com o objetivo de defender pacificamente o direito à terra para pequenos agricultores.
O movimento conseguiu assegurar o direito à terra para milhares de camponeses, com base nos artigos 184 e 186 da Constituição de 1988.
O MST também teve papel central nas manifestações contra o impeachment antidemocrático da presidenta Dilma Rousseff.
A Escola Nacional Florestan Fernandes foi construída a partir de centenas de doações, entre elas, de doações provenientes do livro e do CD “Terra” com composições de Chico Buarque, fotos de Sebastião Salgado e texto de José Saramago.
Centenas de intelectuais, professores e artistas brasileiros e internacionais contribuem regularmente com a escola, com palestras, cursos e materiais didáticos.
A escola representa um símbolo de solidariedade aos movimentos rurais no Brasil, que defendem a democratização da educação e da terra.
A invasão na Escola ocorreu sem mandado judicial, o que é ilegal. De acordo com os relatos, os policiais chegaram por volta das 09h25, com mandado de prisão de duas pessoas que não estavam lá.
Apesar disso, pularam o portão da escola e a janela da recepção e entraram atirando.
Os estilhaços de balas recolhidos comprovam que são letais e não de borracha.
Segundo confirmação do MST, os presos em São Paulo foram a cantora Gladys Cristina de Oliveira e o bilbiotecário Ronaldo Valença Hernandes, de 64 anos. Ronaldo teve sua costela fraturada.
Em nota, o MST afirmou que o objetivo da polícia é “prender e criminalizar as lideranças dos acampamentos. Denunciamos a escalada da repressão e a violência do Estado de exceção”.
É preciso defender o direito fundamental de manifestação das organizações sociais e condenar a repressão contra integrantes do MST.
A defesa do direito à terra está prevista na Constituição brasileira como um dos principais pilares da democracia..."
Fonte: Viomundo
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