"São Paulo – Prestes a completar um mês – chegou ao 29º dia hoje (4), a greve nacional dos bancários manteve-se com bom nível de adesão (56%), segundo os representantes da categoria. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), até esta ontem (3) 13.245 agências e 29 centros administrativos interromperam as suas atividades. Mas não houve retomada das negociações, após a rejeição de proposta apresentada na semana passada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
A proposta previa um acordo de dois anos. Em 2016, seria pago um reajuste de 7%, abaixo da inflação acumulada, mais abono de R$ 3.500. Para 2017, haveria aumento real (acima da inflação) de 0,5%. Ontem, bancários fizeram assembleias pelo país para avaliar o movimento.
Em entrevista ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, afirmou que o governo Temer é um "protagonista oculto" da tentativa do setor financeiro de rebaixar salários. "Não é verdade que os bancos não podem pagar a inflação. Os bancos estão se somando ao governo para derrotar a política de reposição salarial, que é a intenção deste governo golpista para todas as categorias", afirmou Vagner, que é bancário de origem. "Mais ou menos como foi em 1994, na greve dos petroleiros, quando o sindicato da categoria fez a primeira greve na era FHC e o governo impediu a Petrobras de dar o reajuste, exatamente para manter o arrocho salarial que pretendiam para todos os trabalhadores", acrescentou o dirigente.
"Fica claro para os bancários e bancárias que os bancos estão orientados por gente fora da mesa da negociação, que seguem diretrizes de um plano de ajuste fiscal que pretende achatar salários", comenta o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten. Em São Paulo, a assembleia na quadra dos bancários, na região central da cidade, terminou pouco depois das 19h.
A presidenta do sindicato de São Paulo, Juvandia Moreira, vice da Contraf-CUT e integrante da coordenação do Comando Nacional dos Bancários, voltou a destacar a importância da mobilização em um cenário de ameaça de retirada de direitos em nível nacional. "Os trabalhadores cobraram dos bancos proposta condizente aos seus altos lucros. Não vamos aceitar proposta rebaixada e queremos o fim das demissões."..."
Fonte: RBA
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