"Privatizadas pelo PSDB na década de 1990, as empresas de energia elétrica brasileiras passaram a contratar trabalhadores terceirizados para executar seus serviços e os deixaram literalmente à mercê da intempérie. Sem plano de saúde e praticamente nenhum treinamento, estes trabalhadores fazem de tudo: cavam buracos, sobem em postes de luz, carregam cabos… Todos os anos centenas de terceirizados são vítimas de choques de alta voltagem; a maioria morre ou tem membros amputados –não há números precisos porque a fiscalização é falha.
Segundo o estudo Terceirização e Desenvolvimento: Uma Conta que Não Fecha, feito pela CUT (Central Única do Trabalhador) em parceria com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), as empresas terceirizadas são, por natureza, precárias em termos de condições de trabalho, porque assumem os riscos sem ter condições econômicas e tecnológicas para gerenciá-los. “As terceirizadas abrigam as populações mais vulneráveis do mercado: mulheres, negros, jovens, migrantes e imigrantes. Esse ‘abrigo’ não tem caráter social, mas é justamente porque esses trabalhadores se encontram em situação mais desfavorável e, por falta de opção, submetem-se a esse emprego”, diz o dossiê. “A terceirização está diretamente relacionada com a precarização do trabalho.”
A remuneração dos terceirizados é 24,7% menor do que a dos trabalhadores contratados mesmo com uma jornada de três horas a mais por semana, sem considerar as horas extras. “Se a jornada dos trabalhadores em setores tipicamente terceirizados fosse igual à jornada de trabalho daqueles contratados diretamente, seriam criadas 882.959 vagas de trabalho a mais.” A rotatividade é alta: enquanto a permanência no emprego é de 5,8 anos para os trabalhadores diretos, para os terceirizados a média é de 2,7 anos..."
Íntegra: Socialista Morena
Nenhum comentário:
Postar um comentário