"Em 2011, Vassilis Masselos precisou cortar os custos trabalhistas na sua fábrica familiar de lingerie, depois que a crise econômica da Grécia atingiu seus negócios com uma queda na demanda "tão forte que é dificílima de administrar".
Antes da crise, Masselos ficaria preso a um acordo salarial negociado entre o sindicato do setor de varejo e a Associação Comercial de Atenas - apesar de sua empresa, a Nota Masselos SA, não fazer parte da associação de empregadores e nenhum de seus funcionários ser membro desse sindicato.
Agora, não mais: a nova política introduzida no ano passado a pedido dos credores internacionais da Grécia permitiu a Masselos ignorar os acordos anteriores e negociar os cortes salariais diretamente com os empregados.
"É isso que tem mantido meus empregados trabalhando até hoje", disse Masselos, em seu escritório com vista para a Acrópole. "Em alguns casos, se eu tivesse que pagar os salários que eram obrigatórios segundo o acordo coletivo, eu provavelmente seria obrigado a despedir alguns deles."
Nos últimos dois anos, leis que diluem a influência dos sindicatos vêm aparecendo aos poucos na periferia da zona do euro, abalada pela crise. As leis têm apoio da União Europeia, do Banco Central Europeu e do FMI, e seu objetivo é corrigir o que essas instituições consideram uma das causas da crise: a alta dos salários desde a criação do euro, que tirou a competitividade de Grécia, Portugal, Espanha e Itália, em comparação com a Alemanha e outros países centrais da zona da moeda única, os mais fortes do bloco. Nos mais fracos, os salários subiram mas a produtividade não acompanhou..."
Nenhum comentário:
Postar um comentário