"A proposta, em estudo na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de impedir empresas com obras em atraso de participar de leilões de concessão de novos empreendimentos poderia praticamente esvaziar os certames de transmissão. A avaliação é do diretor de Engenharia da Chesf, José Aílton de Lima, que rebate críticas ao desempenho da estatal e aponta que o problema tem afetado praticamente todos players do setor.
Para o executivo, tal ideia poderia levar a apenas duas situações. "Ou não ter empresas para disputar os leilões ou somente os chineses terem condições de disputar, já que eles ainda não têm projeto em atraso".
Até para enfatizar esse argumento, o diretor preparou um levantamento sobre os cronogramas de projetos na área. O material, enviado com exclusividade para o Jornal da Energia, coloca Furnas, Chesf, Cteep, Isolux, Cteep-Cymi e Abengoa como players que têm enfrentado dificuldades em cumprir as datas estabelecidas nos certames.
A Chesf lidera em número de projetos: são 16, com defesagem média de 26 meses em relação aos prazos previstos. Furnas, por sua vez, tem 5 empreendimentos problemáticos, com atraso médio de 30 meses. Em seguida aparece a Cteep - 3 empreitadas com uma média de 20 meses de atraso. Na espanhola Abengoa, há oito obras, com uma defasagem de cerca de 12 meses.
A conclusão do engenheiro da Chesf não é ignorada pela Aneel. Tanto que o diretor Edvaldo Santana deixou claro que o órgão regulador está preocupado com o efeito que o veto aos atrasados poderá ter sobre a competitividade e os deságios nos certames.
Santana também adiantou que a eventual medida não deve punir empreendedores que tiveram problemas no licenciamento ambiental ou outras etapas que não sejam de sua responsabilidade."
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