''A presidente Dilma Rousseff  sancionou sua primeira política industrial, o programa Brasil Maior.  Lançado pelo Palácio do Planalto no início de agosto, mas somente  publicado ontem, o Brasil Maior ainda não tem todas as medidas em  funcionamento.
O Reintegra, principal dispositivo de estímulo às  exportações de manufaturados - devolve imediatamente o equivalente a 3%  do crédito tributário adquirido pela venda externa -, só entrará em  vigor após regulamentação. No entanto, quatro setores da indústria já  têm zerada a contribuição de 20% sobre a folha de pagamentos destinada à  Previdência Social.
Retroativa a 1º de dezembro, a substituição  tributária é a principal medida do Brasil Maior e beneficia os  produtores de calçados, confecções, móveis de madeira e empresas que  prestam serviços de tecnologia de informação e software. Essas  companhias passam a ter zerada a contribuição previdenciária sobre a  folha de pagamentos, que agora será substituída por uma alíquota de 1,5%  (2,5% para software), que incidirá sobre o faturamento bruto.
As  importações dessas mercadorias passam a recolher alíquota de Cofins 1,5  ponto percentual maior. A medida, ao mesmo tempo que estimula a produção  nacional, também reduz parte da perda de arrecadação que a Previdência  Social terá com a zeragem da contribuição sobre a folha de pagamento.  Assim como a substituição tributária, a medida valerá até dezembro de  2014.
De acordo com o parágrafo 4º do Artigo 9º da Lei 12.546,  sancionada ontem por Dilma, e que converte em lei o programa Brasil  Maior, o Tesouro Nacional se compromete a cobrir a diferença de  arrecadação previdenciária que vai resultar da substituição da folha de  pagamentos para o faturamento bruto.
"Os setores saíram ganhando e  os custos para o Tesouro Nacional serão pequenos", afirmou Sandro  Serpa, subsecretário de arrecadação e contencioso da Receita Federal. O  Fisco, no entanto, não divulgou quanto deverá ser a diferença de  arrecadação que o Tesouro irá cobrir entre 1º de dezembro deste ano e 31  de dezembro de 2014.
O governo aproveitou a sanção da lei que  cria o programa Brasil Maior para inserir artigos de outras áreas, como  comércio exterior e agronegócios. No comércio exterior, foram definidas  regras para reforçar a defesa comercial por meio da melhor identificação  da origem dos produtos importados.
O objetivo é identificar e  punir as operações de triangulação nas quais os importadores alteram a  origem dos itens, cuja compra no exterior deve obedecer a cotas por  país, ou de itens que estejam sob investigação de preços predatórios no  mercado brasileiro. Entre os itens em que é comum a fraude no  certificado de origem constam produtos têxteis, eletroeletrônicos e  alguns itens do agronegócio, como alho e côco ralado.
Em uma das  regras, o importador que adquirir no exterior bens em quantidade acima  da permitida terá que devolver a mercadoria ao fornecedor e pagar o  valor de R$ 5 mil por dia durante o tempo que os produtos ficarem  retidos no Brasil.
Os produtores de biodiesel receberam forte  estímulo. Passaram a ter um crédito presumido de 50% do PIS/Cofins que  incide sobre o insumo adquirido. Com isso, o produto comprado para ser  transformado em biodiesel receberá abatimento de 4,62% (50% da alíquota  de 9,25% de PIS/Cofins) no preço, devido ao crédito presumido. A  renúncia fiscal será de R$ 377 milhões.''
Nenhum comentário:
Postar um comentário