quarta-feira, 2 de março de 2011

“Benefício: Mais 19% no Bolsa Família” (Fonte: Correio Braziliense)


Autor(es): Diego Abreu

Valor mensal do projeto social que beneficia 50 milhões de pessoas será de até R$ 242

Depois de cortar R$ 50 bilhões do Orçamento deste ano e causar frustração a diversos setores da sociedade, a presidente Dilma Rousseff tirou da cartola uma boa notícia, principalmente aos brasileiros que mais precisam do Estado. Ela anunciou ontem, em Irecê (BA), o aumento médio de 19,4% no Bolsa Família, programa que atende atualmente a 12,9 milhões de famílias (cerca de 50 milhões de pessoas) com renda per capita mensal de até R$ 140. O reajuste dos recursos chegará a 45,5% no caso de crianças e adolescentes de até 15 anos. O decreto foi assinado ontem pela presidente, que deu mostras de que tratará o Bolsa Família como principal meio para o cumprimento da promessa de erradicar a miséria no país.

A partir do reajuste, o benefício médio do Bolsa Família passará de R$ 96 para R$ 115, enquanto os valores mínimos subirão de R$ 22 para R$ 32. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, os novos benefícios vão variar de R$ 32 a R$ 242, contra os atuais R$ 22 e R$ 200.

Dilma afirmou que o reajuste, que terá impacto de R$ 2,1 bilhões nos cofres públicos, não contradiz a estratégia do governo de cortar gastos. “Estou hoje aqui para cumprir esse papel fundamental, que é priorizar os mais pobres. Vocês ouviram sempre, desde a campanha eleitoral: país rico é país sem miséria. Daí porque esse compromisso de acabar com a miséria absoluta, com a pobreza extrema, é algo que assumo com muita fé e emoção”, afirmou.

Localizada no Polígono das Secas e distante 478 km de Salvador, Irecê foi escolhida pelo governo por estar em uma área pobre da Bahia, estado com o maior número de beneficiários do Bolsa Família: 1,6 milhão. O último aumento real no programa, de 4%, tinha sido dado em setembro de 2009, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Dilma, o governo não elevou o valor do benefício no ano passado para não “fazer política com o Bolsa Família em época de eleição”.

Garrafas
A oposição reagiu ao anúncio. Para o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), o reajuste é uma estratégia para desviar a atenção de notícias negativas, como o não aumento do salário mínimo acima de R$ 545. “Distribuir dinheiro apenas não resolve. É necessário também garantir o futuro dos beneficiários do programa”, disse o tucano.

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que a oposição ainda não entendeu a dimensão do programa. Para ele, mesmo que os beneficiários usassem o Bolsa Família para “comprar cachaça”, haveria incremento na economia. “Mesmo que uma família comprasse uma garrafa de cachaça por mês (com os recursos do programa), o que não é o caso, seriam 12 milhões de garrafas. Isso ajuda a economia”, comparou.”

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