Em audiência pública sobre a terceirização na Assembleia Legislativa da Bahia, na última sexta-feira (18), o senador Otto Alencar (PSD-BA), presidente da Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional, anunciou que vai dar a relatoria do PLC da Terceirização ao senador Paulo Paim (PT-RS). Alencar anunciou já ter conversado com o relator geral da comissão, Blairo Maggi (PMDB-MT) .
Alencar afirmou ter sido contra o projeto da terceirização desde sua votação na Câmara.
— Se der para melhorar que melhore, mas se não que seja rejeitado da forma como está. Li o projeto e do jeito que vem da Câmara não aceito e vou rejeitar, já que pode piorar o ganho dos trabalhadores brasileiros e ainda enfraquecer a representação trabalhista e os sindicatos — disse o senador baiano.
Paim elogiou a disposição, anunciada pelos três senadores da bancada da Bahia segundo relatou Otto Alencar, em rejeitar o PLC.
— Vou estar lá todo dia, me indiquem para a Comissão ou não. Mas agradeço a compreensão do senador Otto e Blairo pela minha indicação — afirmou Paim.
Movimentos
Representantes dos sindicatos fizeram questão de denunciar as mazelas da terceirização, como nas demais 14 audiências já realizadas. O representante da Consulta Popular, Mário Soares Neto, lembrou que a terceirização começou a ser implementada durante a ditadura no Brasil. Para ele, uma medida intervencionista dessa natureza deve ser rechaçada, como o foi o autoritarismo.
— O que os banqueiros, o agronegócio e os industriais defendem tem por objetivo destruir a classe trabalhadora. É uma invenção de um Estado de exceção, da ditadura militar. Foi só um meio de permitir a perseguição à classe trabalhadora — defendeu Mário Neto.
Para a presidente da Associação de Magistrados do Trabalho da Bahia (Amatra), juíza Rosemeire Fernandes, a terceirização deve ser regulamentada, mas não pode seguir como prática para aumento do lucro sem garantia de direitos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário