"Segundo os trabalhadores, a carteira de trabalho dos mesmos foi assinada no dia 07 de fevereiro de 2014, e na mesma não consta o valor da remuneração do trabalhador. Eles alegam ainda que, a cada final de mês é descontado do salário de cada um dos trabalhadores R$ 78,00 da alimentação e R$ 48,00 do alojamento que os trabalhadores ficam durante o período que estão na fazenda. Os mesmos afirmam ainda que, se o trabalhador adoecer durante o trabalho e precisar de um medicamento, a empresa também desconta o valor do remédio, do salário no final do mês.
A greve teve inicio na segunda-feira, 17, e na terça-feira a policia esteve no local para tentar conter os trabalhadores. De acordo com o gerente administrativo da fazenda, houve conversa entre os trabalhadores e os responsáveis pela Fazenda, onde chegaram a um acordo de que cada um dos trabalhadores do corte de cana que se sentem lesados pela empresa receberá uma indenização no valor de R$ 3.500. Os mesmos acordaram o pagamento o dia 19 às 9 hs da manhã, mas até o momento os trabalhadores não receberam o valor acordado junto a gerencia de RH da empresa. Segundo o Gerente administrativo da fazenda Evaristo Baziqueto Junior, são 2.800,000,00 (dois milhões e oitocentos mil reais) a serem pagos, o gerente informou ainda que está buscando esse valor para fazer o acerto com os trabalhadores.
A fazenda Agro Serra tem a maior moagem de cana de açúcar do Maranhão e também se destaca na produção de grão. Segundo informações do RH, a mesma tem hoje 2.500 empregados registrados na empresa, destes, 900 são trabalhadores braçais, que lidam no corte de cana de açúcar.
Na fazenda a situação é tensa, ninguém entra e ninguém saí. Os trabalhadores de outros setores estão mantidos reféns dos trabalhadores grevistas. Os alimentos na sede da fazenda estão chegando ao final.
Os grevistas ameaçaram atear fogo na sede da fazenda caso o acerto não acontecesse ontem e os funcionários estão com medo de que o pior possa acontecer. Na estrada encontramos com vários funcionários que conseguiram fugir da fazenda em meios aos matos e às plantações de cana e de soja.
O trabalhador João Alberto disse que “nós não vamos sair, eles precisam pagar nossos direitos, aqui não tem condições de trabalho, ninguém entra nem sai”, ressaltou o mesmo em alto e bom som.
No ano de 2005, a fazenda Agro Serra foi autuada pela justiça do trabalho por varias infrações da legislação trabalhistas, sendo que ela teve seu nome incluído na lista suja do trabalho escravo. E depois de 2 meses, a empresa saiu da lista, na qual só deveria ter saído depois de 2 anos."
Fonte: CPT
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