"Apesar de seu caráter essencial, o setor elétrico foi mantido distante centro do debate em eleições presidenciais anteriores. Os últimos eventos regulatórios, aliados às falhas do sistema e as especulações em torno de um eventual desabastecimento, porém, devem fazer com que o segmento ganhe relevância dentro da agenda dos candidatos e polarize as discussões do próximo pleito.
Weber Amaral, professor da Fundação Instituto de Administração (FIA), lembra que a última vez que o setor elétrico teve grande destaque no debate foi após o racionamento de energia de 2001, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "O brasileiro só reage a partir de crises. Depois disso, os investimentos foram relativamente realizados e isso acabou deixando o setor de lado nas últimas eleições. Mas qualquer plano de governo sério deve prever investimentos concretos para o setor de energia no médio e também no longo prazo", disse.
Alexandre Furtado Montes, da analista da Lopes Filho, também considera que o desabastecimento foi um dos fatores decisivos para a eleição de Luis Inácio Lula da Silva (PT) em 2002. "Se caminharmos novamente para essa situação, ainda que não se dê o nome de racionamento, aí sim o setor vai protagonizar o debate. Tudo vai depender de São Pedro", disse.
Montes aponta o estímulo à demanda trazido pela Medida Provisória 579 não foi acompanhado por um movimento semelhante na oferta. A opinião é compartilhada por Amaral. "Essa crise que estamos vivendo agora só não aconteceu antes porque o Brasil não cresceu na velocidade que se esperava inicialmente em 2013", disse.
O deputado estadual Lucas Redecker (PSDB), autor do requerimento de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Energia Elétrica, da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, acredita que não só o setor elétrico fará parte da próxima agenda eleitoral, como deve se separar totalmente do tema infraestrutura, a exemplo do que já acontece com rodovias, por exemplo. "A população espera esse debate", disse.
No que tange ao setor de energia, os especialistas avaliam que a presidente Dilma Rousseff (PT), virtual candidatada a reeleição, terá que pisar em ovos para explicar os últimos movimentos realizados no setor elétrico. "Qualquer candidato de oposição poderá estar bem municiado por números e tentar tirar proveito da atual situação. Por outro lado, existiram coisas boas. Ganhamos um incremento renovável interessante na matriz com a eólica, mas não dá para não citar o fato de como outras fontes, como a biomassa, por exemplo, acabaram sendo esquecidas", disse Amaral.
"O PT tirou o PSDB do poder em função disso e agora a história corre o risco de se repetir. Um racionamento de energia seria desastroso do ponto de vista político, mas o governo está se esforçando bastante para que isso aconteça", afirma Montes.
Os assuntos pertinentes ao setor elétrico, porém, não deverão ficar restritos às presidenciais e invadir também a pauta governamental. "Este será um dos principais temas na eleição do Rio Grande do Sul", diz o deputado, que avalia que o mesmo deve acontecer com outros estados com grande potencial energético, como os do Nordeste, por exemplo.
Carta aos candidatos
As candidaturas ainda não estão homologadas - e isso só ocorrerá em meados de junho, de acordo com o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas o Instituto Acende Brasil se antecipou e preparou um documento, que deverá ser entregue a todos os presidenciáveis.
Intitulado "Aprimoramentos para o setor elétrico: propostas aos candidatos (mandato 2015-2018)", o paper elenca 27 recomendações, divididas em três grandes eixos - adequação da oferta de energia, modicidade tarifária e credibilidade e confiança.
"Durante a campanha eleitoral, os diagnósticos e recomendações aqui discutidos podem ser uma ferramenta útil na construção das diretrizes dos Programas de Governo dos candidatos à Presidência da República. Já num segundo momento pós-eleições, e qualquer que seja o candidato vencedor para o mandato 2015-2018, o diagnóstico detalhado e as recomendações aqui apresentados podem ser uma contribuição pragmática para a implementação de ações e politicas públicas que buscam o aprimoramento do Setor Elétrico Brasileiro". destaca o Instituto Acende Brasil."
Weber Amaral, professor da Fundação Instituto de Administração (FIA), lembra que a última vez que o setor elétrico teve grande destaque no debate foi após o racionamento de energia de 2001, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "O brasileiro só reage a partir de crises. Depois disso, os investimentos foram relativamente realizados e isso acabou deixando o setor de lado nas últimas eleições. Mas qualquer plano de governo sério deve prever investimentos concretos para o setor de energia no médio e também no longo prazo", disse.
Alexandre Furtado Montes, da analista da Lopes Filho, também considera que o desabastecimento foi um dos fatores decisivos para a eleição de Luis Inácio Lula da Silva (PT) em 2002. "Se caminharmos novamente para essa situação, ainda que não se dê o nome de racionamento, aí sim o setor vai protagonizar o debate. Tudo vai depender de São Pedro", disse.
Montes aponta o estímulo à demanda trazido pela Medida Provisória 579 não foi acompanhado por um movimento semelhante na oferta. A opinião é compartilhada por Amaral. "Essa crise que estamos vivendo agora só não aconteceu antes porque o Brasil não cresceu na velocidade que se esperava inicialmente em 2013", disse.
O deputado estadual Lucas Redecker (PSDB), autor do requerimento de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Energia Elétrica, da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, acredita que não só o setor elétrico fará parte da próxima agenda eleitoral, como deve se separar totalmente do tema infraestrutura, a exemplo do que já acontece com rodovias, por exemplo. "A população espera esse debate", disse.
No que tange ao setor de energia, os especialistas avaliam que a presidente Dilma Rousseff (PT), virtual candidatada a reeleição, terá que pisar em ovos para explicar os últimos movimentos realizados no setor elétrico. "Qualquer candidato de oposição poderá estar bem municiado por números e tentar tirar proveito da atual situação. Por outro lado, existiram coisas boas. Ganhamos um incremento renovável interessante na matriz com a eólica, mas não dá para não citar o fato de como outras fontes, como a biomassa, por exemplo, acabaram sendo esquecidas", disse Amaral.
"O PT tirou o PSDB do poder em função disso e agora a história corre o risco de se repetir. Um racionamento de energia seria desastroso do ponto de vista político, mas o governo está se esforçando bastante para que isso aconteça", afirma Montes.
Os assuntos pertinentes ao setor elétrico, porém, não deverão ficar restritos às presidenciais e invadir também a pauta governamental. "Este será um dos principais temas na eleição do Rio Grande do Sul", diz o deputado, que avalia que o mesmo deve acontecer com outros estados com grande potencial energético, como os do Nordeste, por exemplo.
Carta aos candidatos
As candidaturas ainda não estão homologadas - e isso só ocorrerá em meados de junho, de acordo com o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas o Instituto Acende Brasil se antecipou e preparou um documento, que deverá ser entregue a todos os presidenciáveis.
Intitulado "Aprimoramentos para o setor elétrico: propostas aos candidatos (mandato 2015-2018)", o paper elenca 27 recomendações, divididas em três grandes eixos - adequação da oferta de energia, modicidade tarifária e credibilidade e confiança.
"Durante a campanha eleitoral, os diagnósticos e recomendações aqui discutidos podem ser uma ferramenta útil na construção das diretrizes dos Programas de Governo dos candidatos à Presidência da República. Já num segundo momento pós-eleições, e qualquer que seja o candidato vencedor para o mandato 2015-2018, o diagnóstico detalhado e as recomendações aqui apresentados podem ser uma contribuição pragmática para a implementação de ações e politicas públicas que buscam o aprimoramento do Setor Elétrico Brasileiro". destaca o Instituto Acende Brasil."
Fonte: Jornal da Energia
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