terça-feira, 20 de agosto de 2013

Cesp quer indenização antes do leilão da UHE Três Irmãos (Fonte: Jornal da Energia)

"A Cesp afirmou que fará o possível para que a relicitação da hidrelétrica Três Irmãos, previsto para setembro, não ocorra até que o Poder Concedente indenize a empresa pelos ativos ainda não amortizados e depreciados. Essa foi a posição apresentada pelo diretor de Financeiro e de Relações com Investidores, Almir Martins, aos investidores, durante apresentação dos resultados do segundo semestre da companhia, nesta segunda-feira (19/8).
"Na nossa contabilidade temos a receber um valor na ordem de R$3,5 bilhões", disse o executivo. "Esse valor foi apurado por uma empresa de projetos do setor elétrico, com base em uma planilha de orçamento da Eletrobras; a mesma usada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) quando vai licitar uma nova usina", explicou. "No entanto, não conhecemos o valor que o Governo Federal vai nos oferecer. Esperamos que em breve o governo se manifeste para que possamos comparar", concluiu.
Martins explicou que o governo pode licitar a usina sem realizar o pagamento da indenização, todavia, ele pondera que, pela lógica, o Poder Concedente deve se manifestar previamente antes de licitar um empreendimento que estava sob o controle de um outro agente.
A hidrelétrica de Três Irmãos, instalada no município de Pereira Barreto, em São Paulo, tem 811,4 MW de potência instalada. A garantia física da usina foi fixada em 217MW médios. A concessão da usina espirou no final de 2011 e não foi renovada pelo fato de a Cesp não concordar com os termos propostos na Medida Provisória 579/12. Sendo assim, o empreendimento retornou à União e hoje a energia produzida pela usina é comercializada em regime de cotas. Desde abril, a geradora paulista atua apenas como uma prestadora de serviço, operando e mantendo Três Irmãos mediante uma receita fixa de O&M.
Questionado se a Cesp tentará reconquistar a concessão da hidrelétrica, o diretor respondeu que tudo dependerá das condições do edital. "Estamos aguardando o edital e eventualmente podemos participar sim", disse Almir.
Até 2016, a companhia, que é controlada pelo governo do Estado de São Paulo, verá também os contratos das UHEs Ilha Solteira (3.444MW-SP/MS) e Jupiá (1.1551MW-SP/MS) chegarem ao fim. Com isso, nas palavras de Martins, a Cesp "será uma nova empresa".
"A projeção é que seremos uma empresa 35% menor do que somos hoje, isso caso a gente não venha a participar de nenhuma nova usina. Teremos uma receita de R$1,4 bilhão, com uma geração de caixa da ordem de R$800 milhões. Os lucros com certeza serão menores dos que estão hoje. Mas seremos uma empresa equilibrada, com dívida administrada, rentável e pagando dividendos", disse. O capex anual previsto a partir de 2016 é de R$20 milhões.
O executivo, porém, não precisou se a empresa está decidida a fazer investimentos em novos projetos de geração de energia elétrica.
PDV
Encerra-se no próximo dia 22 de agosto o prazo para que os funcionários da Cesp se manifestem por aderir ao Plano de Demissão Voluntária (PDV). Segundo o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Almir Martins, o PDV está sendo oferecido para 400 empregados. "Supondo que todos os 400 aceitem, o desembolso com as indenização seria de R$50 milhões", adiantou.
Com a redução de receita por causa do fim das concessões, a Cesp está justando os seus custos. O PDV representaria uma redução de R$70 milhões por ano das despesas da companhia com pessoal, que hoje é de R$220 milhões por ano. A empresa, porém, não acredita que alcançará os 100% de adesão."

Nenhum comentário:

Postar um comentário