"Na próxima quinta-feira (11), dia em que os trabalhadores irão para as ruas em todo o país, movimentos sociais vão realizar um ato contra o monopólio da Rede Globo em cinco estados. São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Rio Grande do Sul e Sergipe se mobilizarão a favor da democratização dos meios de comunicação.
Os principais veículos controlaram cerca de 70% das verbas publicitárias repassadas no primeiro ano e meio do governo Dilma. Sozinha, a Globo abocanhou 35% destes recursos. Além disso, a empresa de comunicação detém poder de veto na definição dos canais da NET e da SKY, que possuem 80% do mercado midiático nacional.
Apesar das críticas ao monopólio da comunicação, o governo federal mantém-se calado quando o assunto é a democratização da comunicação. Os cinco pactos lançados, no dia 24 de junho, pela presidenta Dilma Rousseff – equilíbrio fiscal, mobilidade urbana, saúde, educação e reforma política – em nada interferem na concentração que marca o sistema midiático brasileiro.
Já ao anunciar outras medidas, no dia 1º de julho, após reunião com a equipe ministerial, mais uma vez a presidenta não quis interferir no assunto que mexe com os grandes setores empresariais de comunicação. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, teria dito na reunião com Dilma que não é hora de se travar uma discussão sobre a regulação da mídia. Já para a revista Veja, em entrevista concedida em meio ao furacão de protestos que tomou o Brasil, Bernardo fez coro com aqueles que igualam a regulação da mídia à censura, deixando claro com quem busca dialogar efetivamente.
Tais declarações foram criticadas pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), que chegou a dizer que o ministro desprezou as vozes que ecoaram em todas as ruas nas últimas semanas. Segundo o FNDC, a democratização das comunicações é uma das bandeiras principais de luta da sociedade civil em todo o país. O movimento aponta nas atitudes e na fala do ministro a insistência em evitar a regulamentação dos meios de comunicação no Brasil."
Fonte: MST
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