Lá fora, a segunda-feira foi de cautela, diante do quadro de empate na disputa presidencial americana, às vésperas da eleição. E o pregão de hoje não deve ser diferente, pelo menos até que se tenha notícias sobre a apuração dos votos. A semana ainda reserva indicadores econômicos da China, além da reunião do Partido Comunista para oficializar a sucessão no comando do país. O Ibovespa terminou acima da linha dos 58 mil pontos, mas com baixa de 0,30%.
A queda não foi maior graças a Petrobras PN (1,87%, a R$ 21,24, com o maior volume do dia, de R$ 467 milhões) que seguiu na contramão do mercado e das notícias. Segundo operadores, não houve rumores em torno do papel. Tudo indica que foi uma correção das baixas recentes, tendo em vista que a ação ON, a preferida dos estrangeiros, subiu 1,61%, a R$ 22,00, mas com volume bem menor, de R$ 89 milhões. "O volume do mercado está muito fraco. Qualquer investidor que entrar um pouco mais forte acaba mexendo com o papel", explicou um operador.
De concreto sobre Petrobras apenas uma notícia negativa: a empresa teve uma decisão judicial desfavorável em primeira instância, que pode levá-la a perder R$ 4,78 bilhões, conforme estimativa divulgada pela própria companhia. O caso envolve a retenção de Imposto de Renda na fonte sobre remessas ao exterior feitas para pagamento de arrendamento de plataformas marítimas entre 1999 e 2002. A companhia, que não tem provisão para essa perda no balanço, por considerá-la apenas possível, e não provável, informou que cabe recurso e que confia na vitória de sua tese.
Entre as ações mais negociadas, Vale PNA recuou 0,64%, a R$ 26,93, Itaú Unibanco PN caiu 0,09%, a R$ 30,97 e OGX ON figurou entre as maiores baixas, com queda de 3,28%, a R$ 4,71.
O setor elétrico liderou, de longe, as perdas do dia: Eletrobras PNB (-8,21%), Cesp PNB (-5,75%), Eletrobras ON (-4,66%), Transmissão Paulista PN (-4,21%) e Cemig PN (-2,84%). O analista Ricardo Corrêa, da Ativa Corretora, ressaltou que até a estatal Eletrobras, que costuma acatar as decisões políticas do governo, não concordou com o valor apresentado pelo Ministério de Minas e Energia. A empresa esperava ter uma indenização de aproximadamente R$ 30 bilhões pelas concessões. O governo, no entanto, considera pagar R$ 14 bilhões. Segundo ele, Eletrobras e Cesp foram as mais prejudicadas.
Outra ação que sofreu ontem foi Santander Unit (-1,72%). O Bank of America Merrill Lynch (BofA) rebaixou a recomendação do Santander de "neutro" para "underperform" (abaixo do mercado). Os analistas Jorg Friedemann, Marcus Fadul e Jose Barria já haviam antecipado um cenário desafiador para o Santander quando rebaixaram o papel para neutro em agosto. "No entanto, a pressão nas margens teve um impacto mais significativo do que o esperado, o que nos levou a rebaixar nossas estimativas", afirmaram, em relatório. (Colaborou Rodrigo Polito)"
Extraído de https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/11/6/setor-eletrico-sofre-apagao-na-bovespa
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