"Projeto em tramitação na Casa prevê ao homem que adotar sozinho o mesmo tempo garantido por lei à mulher. Matéria também desvincula licença à idade da criança
No Dia dos Pais, comemorado hoje, a expectativa é pela aprovação de projeto em tramitação no Senado que prevê ao homem que adotar sozinho uma criança o mesmo direito da mãe adotiva — licença remunerada de 120 dias. A ideia foi proposta pelos senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Lindbergh Farias (PT-RJ) e aprovada em primeiro turno na Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal no início de julho. A matéria ainda será submetida a votação em turno suplementar, em decisão terminativa, e segue à Câmara dos Deputados. De acordo com a atual legislação, o homem solteiro que requer a guarda de uma criança tem garantido somente cinco dias de licença-paternidade, mesmo período de um pai de casal adotante.
A proposta já tem sido defendida por juristas brasileiros. Segundo a advogada membro da Comissão de Adoção do Instituto Brasileiro de Direito de Família (Ibdfam), Silvana do Monte Moreira, há sentenças judiciais concedendo aos pais a licença-maternidade. "Existe, inclusive, um projeto dentro da diversidade sexual para mudar o nome para licença-natalidade, termo único usado para ambos os gêneros", acrescenta. Para Silvana, a legislação atual acaba inviabilizando a busca de homens solteiros pela adoção. "A medida passa a atender todo filho adotivo, pois todos precisam do apoio da família em que estão sendo inseridos, independentemente de quem assume a responsabilidade sobre ele."
O servidor público e empresário Gelson Leite, 40 anos, defende a aprovação da lei. Ele é pai adotante de Raí Rafael, hoje com 18 anos. Gelson, que já tinha um filho mais novo quando optou por requerer a guarda do adolescente, conta que sentiu necessidade de mais tempo com o rapaz. "É muito conteúdo que transita na relação pai e filho. É preciso ter tempo para olhar nos olhos, andar de mãos dadas, apresentar a casa, a família, o trabalho. O filho tem que fazer um tour pela vida do pai"..."
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