Publicado em 10/02/2012, 18:18
São Paulo – Após a divisão da Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) no ano passado, um grupo de sindicalistas terminou deixando a entidade e agora se rearticula dentro da Central Sindical de Profissionais (CSP), entidade que ainda não tem o reconhecimento formal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Congresso extraordinário realizado nesta semana, em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, elegeu como presidente Antonio Neto, ex-presidente da CGTB. O dirigente afirma que neste momento, mais que o reconhecimento formal, o importante é reestruturar a central. "Queremos saber qual tamanho temos. Vamos fazer o nosso caminho", afirma. Ao mesmo tempo, ele considera necessária uma reflexão sobre o que chama de "partidarização" das entidades sindicais. "Temos (na CSP) filiados de todos os partidos e não queremos trazer essa discussão partidária para dentro da central."
Neto abriu o discurso de encerramento do congresso, terça-feira (7), investindo justamente contra a atual direção da CGTB, agora sob comando de Ubiraci Dantas de Oliveira, o Bira, do PPL (ex-MR-8, agora no Partido Pátria Livre). "Em tempo recorde, os dirigentes sindicais que se levantaram contra o aparelhismo construíram uma alternativa no movimento sindical. Até agora, mais de 300 entidades sindicais, dos mais diversos setores, implementaram um consciente movimento de construir, ou melhor, revigorar, uma nova central, dando músculos e força para uma alternativa de organização dos trabalhadores brasileiros." Segundo ele, a Lei 11.648, de 2008, que reconheceu as centrais sindicais brasileiras, representou um avanço para a estrutura sindical, mas "atraiu e potencializou a ação de aproveitadores que se acostaram em algumas entidades com o objetivo de promover a filiação de sindicatos em troca de benefícios diversos". Para Neto, "a dominação de uma central por um partido politico limita o potencial de crescimento e influência de uma central".
O processo que envolve a disputa pela CGTB continua, mas os dirigentes querem agora reorganizar a central, criada em 2008. "O tempo jurídico é diferente do tempo político", costuma dizer Neto. "Não poderíamos nos submeter a uma direção que não nos representa." A CSP – "Nacionalista", diz seu presidente – defende o princípio da unicidade sindical (um só sindicato por base territorial) e a contribuição sindical obrigatória. Segundo sua assessoria, a central já conta com mais de 300 entidades filiadas, entre sindicatos e federações. Neto é presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd) e o primeiro vice-presidente eleito da CSP, Luiz Sérgio da Rosa Lopes, comanda a Federação dos Contabilistas do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia.
Atualmente, o MTE reconhece formalmente seis centrais: CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST e CGTB, na ordem do critério de representatividade estipulado pelo governo. As seis cumprem os requisitos previstos em lei. Mas no Sistema Integrado de Relações do Trabalho (Sirt), do próprio ministério, são listadas 12 entidades."
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