segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

"Acuado e com reeleição ameaçada, reitor cancela negociata entre #UFPR e #Santander" (Fonte: @MobilizaUFPR)

"Dois dias depois de o Ministério Público Federal (MPF) ter sido acionado para investigar a 'parceria' entre a UFPR e o Santander,  o reitor Zaki Akel Sobrinho divulgou, através de nota publicada na noite desta sexta (17) no portal da universidade, a revogação do processo.

O texto publicado no portal da UFPR contém parágrafos contraditórios entre si. Um deles afirma o seguinte: "De acordo com as pró-reitorias de Planejamento e de Administração, a legislação não permite [sic] que as instituições públicas tenham conta em instituições bancárias privadas, mesmo que seja uma conta de transferência de dados".

Já o parágrafo posterior alega que a UFPR teria seguido "todas as normas" da Lei de Licitações, e que, "apesar de cancelado", o processo "foi considerado dentro da legalidade  e transparente".

Ora, se o processo fosse 'transparente', ao menos esse novo 'parecer' das duas pró-reitorias seria publicado na íntegra. Será mesmo que só descobriram agora –mais de um ano e meio depois de terem iniciado o processo– que estavam fazendo algo que 'a lei não permite'?

Aos fatos. O reitor Zaki Akel Sobrinho estava acuado. Em 31 de janeiro, por unanimidade, os servidores técnico-administrativos da UFPR haviam aprovado uma moção de repúdio na qual defendiam o cancelamento imediato do contrato.

Ao longo das semanas seguintes, o blog MobilizaUFPR.org tornou públicos os dois principais documentos do processo –o edital e o contrato assinado entre a universidade e o banco.

Com algum atraso, na manhã de ontem (17) a Apufpr também se posicionou contra a medida. "A administração da UFPR flerta com o ilegal ao agarrar-se ao privado antidemocraticamente e afronta os princípios da universidade pública, democrática e socialmente referenciada, tão cara ao coletivo dos docentes da UFPR", diz trecho inicial de nota publicada no site da associação.

Curioso notar que até mesmo o DCE, que inicialmente havia aprovado o negócio com o Santander, mudou de posição e passou a criticá-lo.

Ainda conforme o portal da UFPR, a decisão pelo cancelamento da parceria teria sido tomada na segunda-feira (13). Ou seja, a 'reavaliação' do processo pelo DCE ocorreu depois de o processo já ter sido revogado. É algo mesmo curioso, pra dizer o mínimo.

Os bastidores que cercam todo esse episódio ainda estão por ser revelados. O blog MobilizaUFPR apurou que, na última semana, Zaki Akel Sobrinho recebeu emissários do banco espanhol em seu gabinete, a portas fechadas.

A agenda do reitor, aliás, não é mais divulgada nem mesmo para os trabalhadores da Asssessoria de Comunicação Social (ACS) desde meados de novembro de 2011, quando vazou para a comunidade universitária a informação de que Zaki havia tido um encontro particular com Antônio Néris, candidato derrotado à presidência do Sinditest-PR.

O mandato de Zaki termina no próximo mês de dezembro. As eleições para a Reitoria da UFPR devem acontecer em junho ou em agosto.

Desgastado pelas críticas e com o seu desejo de reeleição seriamente ameaçado, o reitor optou por um recuo estratégico.

Não há como negar que esse recuo é uma vitória da mobilização das centenas de técnicos, professores e alunos que, mesmo nas férias, se manifestaram contra a parceria entre a UFPR e o Santader nas redes sociais, em espaços como o Facebook e o Twitter.

Nós, do blog MobilizaUFPR, vamos cobrar do MPF que, independentemente do cancelamento do negócio, o órgão emita o seu parecer a respeito da possível transação, a fim de sepultar qualquer nova tentativa similar no futuro."

Extraido de http://mobilizaufpr.org/2012/02/18/pressionado-e-com-reeleicao-ameacada-reitor-cancela-negociata-entre-ufpr-e-santander/

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