"Há mais de dois anos sem reajustar os preços do diesel e da gasolina, seus dois principais produtos, a Petrobras teve na variação cambial uma aliada para bater mais um recorde. A estatal obteve lucro líquido de R$ 21,9 bilhões, alta de 37% em relação aos R$16 bilhões apurados nos primeiros seis meses de 2010. A apreciação de 6,3% do real frente ao dólar entre janeiro e junho de 2011 foi um dos principais fatores para o resultado, já que a maior parte da receita é em real e as dívidas da companhia em dólar cresceram.
No segundo trimestre, o lucro da estatal alcançou R$10,942 bilhões, em linha com a previsão de analistas, o que representa uma alta de 32% em relação a igual período de 2010. Em relação ao primeiro trimestre deste ano (R$10,985 bilhões), o ganho ficou praticamente estável. Novamente, a variação cambial deu um empurrão no resultado.
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, informou que a valorização do real frente ao dólar representou ganho financeiro no trimestre de R$1,3 bilhão. Ele também admitiu que o fato de a Petrobras não ter reajustado a gasolina anulou em parte o aumento de 7% das vendas em comparação ao primeiro trimestre do ano. A estatal teve ainda gastos com importação de 14 mil barris diários de gasolina e 150 mil barris por dia de diesel, que foram vendidos a preços menores no mercado interno.
- O crescimento da produção e o crescimento do mercado doméstico contribuíram para o resultado, ajudado naturalmente pela apreciação do real - disse Barbassa.
No cálculo do analista da corretora Ágora, Luiz Otávio Broad, o real teve valorização de 4,2% no segundo trimestre de 2011 ante o dólar, enquanto em igual período de 2010 o comportamento da moeda foi inverso:
- A produção da estatal não tem aumentado muito, a empresa não reajusta os principais produtos e registra aumento de custo. O ganho cambial, portanto, tem ajudado."
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