sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Diminuiu número de acordos com reposição da inflação (Fonte: O Globo)

"Estudo do Dieese mostrou que de 353 negociações no 2º semestres, 84,4% tiveram ganhos reais de salários

SÃO PAULO. A alta dos preços afetou os acordos salariais fechados no primeiro semestre deste ano. De um total de 353 categorias analisadas pelos Dieese, 93,2% conquistaram reajustes iguais ou superiores à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do IBGE. No mesmo período do ano passado, esse número chegou a 96,3% do universo pesquisado. Os acordos com ganhos reais caíram de 86,7% para 84,4%.
- A inflação mais elevada e o salário mínimo que praticamente não teve ganho real em 2011 contribuíram para esta queda. Inflação alta sempre traz dificuldade de negociar reajuste. Foi martelado no começo do ano até, pelo menos, abril que o salário seria o vilão, que estaria pressionando a inflação. E isso, em alguma medida, teve influência - afirmou José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese.
Na sua avaliação, a tendência é que os trabalhadores consigam ganhos melhores neste segundo semestre, quando categorias de peso como os metalúrgicos, bancários e petroleiros têm data-base. A incerteza fica por conta da crise econômica externa, que pode influenciar a confiança do consumidor.
Aumentou número de reajustes abaixo do INPC
A campanha salarial dos bancários do Rio, por exemplo, começou ontem com um passeata na avenida Rio Branco. Os bancários pedem reajuste de 12,8% (5% de aumento real), Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$4.500 e reajuste no piso.
No primeiro semestre do ano passado, 20 acordos foram fechados com ganhos reais acima de 5%. Neste ano, foram apenas nove negociações. Ao mesmo tempo, aumentou o número de categorias que tiveram reajustes abaixo do INPC. Foram fechados 24 acordos com ganhos inferiores À inflação, contra apenas 13 no mesmo período de 2010.
De acordo com o levantamento, os trabalhadores do comércio conseguiram fechar os melhores acordos no primeiro semestre. Aproximadamente 98% das negociações do setor conquistaram aumentos reais e 2% com reajustes iguais à inflação. Não houve acordo com reajuste abaixo do INPC. Já o setor de serviços não teve o mesmo desempenho. Segundo a pesquisa, 12,7% das negociações foram fechadas com reajustes insuficientes para repor o poder aquisitivo dos salários. Na indústria, 87% das negociações resultaram em aumentos reais no salário e 10% em reajustes iguais à inflação.
- As negociações são mais difíceis nos setores industriais que estão mais atrelados ao dólar. Há dificuldade na negociação com setores exportadores. O governo acabou de lançar uma séria de medidas voltadas para o setor industrial. Espero que isso tenha um efeito positivo - disse Oliveira.
As categorias negociaram seus acordos salariais no primeiro semestre considerando inflação de 6,4%."

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