"Representantes do Carrefour, do BTG e do Cade também serão ouvidos
BRASÍLIA e PARIS. A oposição se articulou habilmente ontem e conseguiu aprovar convites para que os principais personagens da proposta de fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour Brasil - incluindo os presidentes do BNDES, Luciano Coutinho, e da rede brasileira, Abilio Diniz - esclareçam o negócio na Câmara dos Deputados, especialmente a possível participação do banco de fomento. As datas das audiências ainda serão marcadas.
Na engenharia montada por Diniz, o banco BTG Pactual e a subsidiária BNDESPar seriam sócios em uma nova empresa, que dividiria com o Carrefour internacional o controle da operação conjunta Pão de Açúcar-Carrefour Brasil. A instituição pública entraria com entre R$3,9 bilhões e R$4,5 bilhões.
Os requerimentos passaram nas comissões de Finanças e Tributação, de Fiscalização e Controle, de Desenvolvimento Econômico, de Relações Exteriores e de Defesa do Consumidor. As duas últimas farão um encontro conjunto.
"Contrário ao interesse público", diz deputado
Fazem parte da lista comum de convidados o representante do Carrefour, Luiz Fazzio, o sócio do BTG Pactual Cláudio Galeazzi, o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Fernando Furlan, e os secretários de Direito Econômico (Justiça), Vinicius Marques de Carvalho, e de Acompanhamento Econômico (Fazenda), Antonio Henrique Silveira.
- O BNDES está prestes a intrometer-se em mais um negócio bilionário, injustificável e perigosíssimo, tanto do ponto de vista da defesa do consumidor, quanto do ponto vista da aplicação dos recursos públicos - disse Moreira Mendes (PPS-RO), autor de um dos requerimentos.
- Caso concretizada a operação, o BNDES estaria privilegiando megagrupos, capazes de obter créditos privados, tanto no mercado financeiro nacional quanto no internacional, o que é contrário ao interesse público - disse o presidente da Comissão de Relações Exteriores, Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO).
Em entrevista ao jornal "Le Figaro", Abilio Diniz reafirmou que não violou o acordo de acionistas que possui com o Casino e que tem o direito de manter negociações com quem quiser.
"É um projeto em que todos saem ganhando, os acionistas brasileiros do Pão de Açúcar, os dos Carrefour e os do Casino", disse o brasileiro, acrescentando que o presidente do Casino, Jean-Charles Naouri, estava "perfeitamente ciente" de que ele estava interessado no Carrefour.
O jornal "Le Monde" também mencionou o imbróglio na edição de ontem, destacando a disposição de Naouri de lançar um contra-ataque judicial e midiático contra o sócio brasileiro."
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