segunda-feira, 23 de maio de 2011

“Biomassa para gerar eletricidade está no foco do produtor sucroalcooleiro” (Fonte: Brasil Econômico)


“Autor: Amarylis Bertachini

Com o aproveitamento crescente da palha, a produção da biomassa levará a bioeletricidade a dar um salto significativo em dez anos. Dos 1.000MW atuais, vai chegar a 13 milMW

A bioeletricidade-energia elétrica  gerada a partir da biomassa que correspondehojeacercade3%da matriz energética nacional-poderá ter sua capacidade de produção ampliada dos atuais 1.000MWmédios para  13.158MW médios em 2020."Issoequivalea três usinas Belo Monte", compara Zilmar  JosédeSouza,assessordebioeletricidadeda  Uniãoda Indústria de Cana de Açúcar (Unica), entidade que reúne 123 usinas responsáveis por 70% de toda a bioeletricidade comercializada para a rede elétrica nacional. Segundo Souza, em 2010 foi produzido  um total de 2.112 MW médios, sendo que 1.110MW foram utilizados no auto consumo das usinas e 1.002MWforam exportados para a rede elétrica nacional.

O setor sucroalcooleiro é hoje o grande  protagonista da bioeletricidade com a geração de energia a partir do bagaço da cana de açúcareaexpectativaédequeessaprodução cresçacomo usotambémda palha. Foi assinado um protocolo entre as usinas e o governo para reduzir o uso de fogo na colheita que passará a ser feita mecanicamente, permitindo maior aproveitamento da palha como  combustível. "Quando o setor estiver complenitude da colheita mecânica, serão aproveitados 50% da palha para geração de energia e os outros 50% ficarão no campo  paramaterial orgânico,variandoessespercentuais de acordocomo tipo de solo", explica CarlosRoberto Silvestrin, vice-presidente executivo da Cogen (Associação da Indústria de Cogeração de Energia).

Silvestrin acredita que o crescimento desse segmento será progressivo nos próximos anos também por conta dos novos projetos de usinas de açúcar e álcool que já prevêem em suas instalações a cogeração de energia e pelo interesse das usinas existentes que estão se programando para fazer  o chamado retrofit, que é uma atualizaçãotecnológica de todo o processo, incluindo a geração de energia. Falta ainda vencer o obstáculo da transmissão, ou seja, de como entregar essa energia do ponto de produção até a rede existente. No estado de São Paulo, existem cerca de 180 usinas processando cana, das quais 54 estão exportando energia para a rede.

Um dos estímulos para o aproveitamento da biomassa para a cogeração nas usinas foi dado em2005, como início dos  leilões de venda de energia regulados pelo governo que garantem um contrato de venda por 20 anos,comreajuste pelo IPCA (ÍndiceNacional de Preços ao Consumidor Amplo). "É uma receita muito bem-vinda, estável, que é quase como se fosse um hedge natural à volatilidade que existe nospreços dos outros produtos principais, o açúcar e o álcool", declara Souza. Além disso, ele destaca que o contrato dá segurança ao negócio, servindo de lastro como garantia financeira junto a órgãos financiadores, principalmente o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), beneficiando novos projetos. Nos próximos leilões em meados deste ano, a biomassa vai enfrentar a concorrência de outra fonte de energia alternativa, a eólica, em condições, na opinião de Souza e de Silvestrin, de desigualdade.

Isto porque a eólica, a exemplo do que  aconteceucomo bagaço de cana no início, está recebendo uma série de benefícios fiscais e como boa parte da geração concentra- se no litoral do Nordeste, onde há vento para isso, ainda conta com condições de financiamento mais atrativas por estar na área da Superintendência do Desenvolvimento doNordeste (Sudene).”


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