sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Unacon: “Sindicato em guerra” (Fonte: Correio Braziliense)


"Autor(es): Luciano Pires
Correio Braziliense - 04/02/2011

Alvo de disputas de poder que se arrastam há quase nove meses, o sindicato que representa os servidores do Tesouro Nacional e da Controladoria-Geral da União (CGU) atravessa a pior crise interna desde sua fundação. A entidade mergulhou no caos a partir da polêmica eleição de diretoria que teve como vencedora a chapa de oposição. Descontente com a derrota, o grupo, que por 22 anos se reveza na cúpula, insiste em permanecer.
O processo sucessório na União Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon) teve início em abril do ano passado. Dos 3,7 mil filiados, pouco mais de 1,9 mil votaram pela internet ou por correspondência. Durante a apuração, os oposicionistas contestaram os votos enviados por carta e que não tinham gravados nos envelopes a data de postagem. O prazo limite era 15 de abril. Depois desse período, pelas regras do pleito, a comissão eleitoral gozava de total autonomia para desconsiderar um ou mais votos. Resultado: 153 cartas não foram computadas no resultado final.
A diferença entre a chapa 1 e a chapa 2 foi de apenas 25 votos. O clima pouco amistoso que vem sendo cultivado desde as eleições contaminou as estruturas dos órgãos. Mesmo os servidores que não são filiados à entidade, dizem que o episódio desgastou a imagem e arranhou a credibilidade do sindicato. Desde janeiro de 2010, 105 pessoas pediram desligamento e só nove se filiaram.
A Justiça do Trabalho determinou que os votos por correspondência sem a data de postagem ou posteriores a 15 de abril devem ser declarados nulos. Pela sentença, a comissão eleitoral terá de proclamar o resultado e dar posse aos eleitos.
Rudinei Marques, presidente eleito, espera assumir em duas semanas. Segundo ele, os contratempos mancharam a reputação da entidade, mas com trabalho e diálogo será possível restabelecer a ordem. “O sindicalismo carece de renovação. O problema é que as pessoas confundem e acabam se apropriando do cargo”, criticou. A chapa derrotada pretende recorrer da decisão da Justiça.
Em reunião ontem, os atuais diretores aprovaram a formulação de um recurso que paralisa a sucessão e reivindica a abertura dos envelopes contestados. Carlos Pio, presidente em exercício da Unacon, justificou que a medida tem como base pedidos de filiados que não tiveram seus votos contabilizados."

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