"São Paulo – Dentre os movimentos sociais que estão indo para as ruas protestar contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o Levante Popular da Juventude, organização de jovens militantes do campo e das periferias, vem se destacando, em especial por conta da estratégia adotada para as manifestações, a do escracho.
Essa forma de protesto consiste em expor e ridicularizar os políticos que apoiam o golpe. Desde a votação da Câmara dos Deputados que aprovou o processo de impeachment, domingo 17, o vice-presidente Michel Temer e os deputados Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e André Moura (PSC-SE) foram alvos do Levante .
Inspirados na premissa de que a ação faz a organização, Thiago Pará, que é secretário-executivo da União Nacional dos Estudantes (UNE) e também integra o Levante Popular da Juventude lembra, em entrevista ao Seu Jornal, da TVT, que a organização surgiu ainda em 2006, no Rio Grande do Sul, e, desde então, vem ganhando capilaridade e, hoje, está presente em 24 estados do país, além do Distrito Federal.
Inspirado em práticas adotadas pela juventude da América Latina, que protestavam contra militares e agentes que integraram os governos ditatoriais que assolaram o continente entre as décadas de 1960 e 1980, a estratégia do escracho já tinha sido adotada pelo Levante, em 2012, durante as investigações da Comissão Nacional da Verdade, para denunciar e lembrar as figuras que tiveram participação na ditadura, no Brasil, e que permanecem impunes.
Foram alvo o torturador Brilhante Ustra e o médico legista Harry Shibata, que fraudava registros de óbito de militantes mortos pela repressão.
Thiago afirma que os principais personagens envolvidos no impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff representam os mesmos interesses empresariais e partidários que se manifestaram no golpe de 1964, contando, ontem e hoje, com o apoio da grande mídia.
Para ele, o vice-presidente Michel Temer é o general da empreitada golpista atual e, por isso, foi alvo do escracho. Já Bolsonaro, recebeu a 'homenagem' do grupo após homenagear o torturador Ustra durante a sessão do impeachment. André Moura é apontado pelo Levante como o braço direito do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também envolvido na trama golpista..."
Fonte: Rede Brasil Atual
Nenhum comentário:
Postar um comentário