"PROTESTO Funcionários do estaleiro fecharam principais vias do complexo portuário em manifestação para cobrar melhorias financeiras
Cerca de 800 trabalhadores do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) entraram em conflito ontem com a Polícia Militar (PM) após paralisarem por toda manhã o trânsito interno do Complexo Industrial Portuário de Suape. Um grupo independente de funcionários paralisou as atividades na empresa para reivindicar melhorias financeiras e nas condições de trabalho. Para reforçar o protesto, fecharam as duas principais vias de Suape por volta das 7h. Pouco antes das 13h, o clima que até então era de tensão se transformou em confronto direto com a PM. O resultado da confusão foram 12 pessoas detidas por vandalismo, ao menos sete ônibus depredados, dois parcialmente incendiados e um dia de transtorno para todo o Complexo. Não houve registro oficial de feridos.
Os trabalhadores, muitos com os rostos cobertos, fecharam as duas maiores avenidas de Suape com galhos queimados e ônibus fretados pelo EAS, que tiveram os pneus furados. Às 11h, o engarrafamento dentro do Complexo chegava a cinco quilômetros de extensão. A pauta de reivindicações, escrita à mão em três folhas de papel pautado, pedia aumento salarial de 30%, rendimentos iguais para funcionários pernambucanos e profissionais de fora do Estado, novo regime de folgas, fim de desvio de função, dentre outros pontos. A situação parecia estar sob controle no começo da tarde, com uma equipe de Bombeiros apagando as fogueiras feitas nas pistas, quando ocorreram diversos disparos efetuados por uma equipe da Rádio-Patrulha em resposta a uma segunda tentativa de incêndio em um ônibus.
Rapidamente os manifestantes começaram a jogar pedras contra os demais veículos – a maioria pertencente à empresa Borborema. Um helicóptero da PM disparou bombas de efeito moral e o Batalhão de Choque da PM avançou com sprays de pimenta, mais bombas de efeito moral e tiros de pistola. Os trabalhadores fugiram para as áreas de mangue e continuaram a atirar pedras, dessas vez contra a polícia. Todo o conflito durou pouco mais de 30 minutos.
Quando a PM conseguiu controlar a situação, foi dada a ordem para que todos os trabalhadores que não haviam fugido entrassem imediatamente nos ônibus e seguissem para suas casas. O trânsito começou a se normalizar por voltas das 14h30. Doze pessoas foram detidas e encaminhadas para a Delegacia de Ipojuca, onde assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foram liberadas no final da tarde. Depois do confronto, o Ministério Público do Trabalho em Pernambuco (MPT-PE) convocou para hoje, às 13h, uma audiência com os representantes do EAS, Sindicato dos Metalúrgicos e a comissão independente que organizou o protesto.
Através de uma nota enviada por sua assessoria de imprensa, o EAS anunciou que suspenderá suas atividades até que a situação seja normalizada. Afirmou ainda que a paralisação de ontem ocorreu “à revelia das negociações que já estão sendo realizadas, na mais absoluta normalidade e dentro das condições previstas em lei” e que “irá solicitar ao MPT-PE a decretação da ilegalidade deste movimento”.
Confusão expõe os problemas
O confronto de ontem escancarou dois problemas. O primeiro é a falta de unidade entre os trabalhadores das grandes obras e empreendimentos de Suape. O segundo é o fim da lua de mel entre pernambucanos e o EAS, fato que já havia sido evidenciado na primeira greve da empresa, ocorrida em setembro de 2008.
Assim como aconteceu em paralisações nas obras da Refinaria Abreu e Lima no começo deste ano, quando uma comissão independente de trabalhadores bateu de frente com o sindicato da categoria, um grupo representativo dos 8 mil funcionários do EAS não reconhece o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal-PE) como porta-voz oficial de suas reivindicações.
Os manifestantes bradaram diversas vezes que o Sindmetal-PE não era bem-vindo e que estaria, na verdade, a serviço dos patrões. O presidente da entidade, Alberto Alves dos Santos, reconhece a existência de um grupo dissidente e rebate as acusações, argumentando que o confronto de ontem prejudicou todo o trabalho de negociação que vinha sendo realizado exclusivamente com o EAS até então.
Em 2008, o empreendimento inaugurado pelo então presidente Luís Inácio Lula da Silva como redenção para a população pernambucana recebeu seu primeiro ataque. Funcionários cruzaram os braços e sob denúncias de falta de condições adequadas de trabalho e assédio moral. Ontem, essas queixas vieram à tona novamente, de forma informal. Elas agravaram o cenário delicado provocado pela demissão de aproximadamente 1.000 empregados este ano e pelos atrasos na conclusão do primeiro navio do EAS, o João Cândido."
Cerca de 800 trabalhadores do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) entraram em conflito ontem com a Polícia Militar (PM) após paralisarem por toda manhã o trânsito interno do Complexo Industrial Portuário de Suape. Um grupo independente de funcionários paralisou as atividades na empresa para reivindicar melhorias financeiras e nas condições de trabalho. Para reforçar o protesto, fecharam as duas principais vias de Suape por volta das 7h. Pouco antes das 13h, o clima que até então era de tensão se transformou em confronto direto com a PM. O resultado da confusão foram 12 pessoas detidas por vandalismo, ao menos sete ônibus depredados, dois parcialmente incendiados e um dia de transtorno para todo o Complexo. Não houve registro oficial de feridos.
Os trabalhadores, muitos com os rostos cobertos, fecharam as duas maiores avenidas de Suape com galhos queimados e ônibus fretados pelo EAS, que tiveram os pneus furados. Às 11h, o engarrafamento dentro do Complexo chegava a cinco quilômetros de extensão. A pauta de reivindicações, escrita à mão em três folhas de papel pautado, pedia aumento salarial de 30%, rendimentos iguais para funcionários pernambucanos e profissionais de fora do Estado, novo regime de folgas, fim de desvio de função, dentre outros pontos. A situação parecia estar sob controle no começo da tarde, com uma equipe de Bombeiros apagando as fogueiras feitas nas pistas, quando ocorreram diversos disparos efetuados por uma equipe da Rádio-Patrulha em resposta a uma segunda tentativa de incêndio em um ônibus.
Rapidamente os manifestantes começaram a jogar pedras contra os demais veículos – a maioria pertencente à empresa Borborema. Um helicóptero da PM disparou bombas de efeito moral e o Batalhão de Choque da PM avançou com sprays de pimenta, mais bombas de efeito moral e tiros de pistola. Os trabalhadores fugiram para as áreas de mangue e continuaram a atirar pedras, dessas vez contra a polícia. Todo o conflito durou pouco mais de 30 minutos.
Quando a PM conseguiu controlar a situação, foi dada a ordem para que todos os trabalhadores que não haviam fugido entrassem imediatamente nos ônibus e seguissem para suas casas. O trânsito começou a se normalizar por voltas das 14h30. Doze pessoas foram detidas e encaminhadas para a Delegacia de Ipojuca, onde assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foram liberadas no final da tarde. Depois do confronto, o Ministério Público do Trabalho em Pernambuco (MPT-PE) convocou para hoje, às 13h, uma audiência com os representantes do EAS, Sindicato dos Metalúrgicos e a comissão independente que organizou o protesto.
Através de uma nota enviada por sua assessoria de imprensa, o EAS anunciou que suspenderá suas atividades até que a situação seja normalizada. Afirmou ainda que a paralisação de ontem ocorreu “à revelia das negociações que já estão sendo realizadas, na mais absoluta normalidade e dentro das condições previstas em lei” e que “irá solicitar ao MPT-PE a decretação da ilegalidade deste movimento”.
Confusão expõe os problemas
O confronto de ontem escancarou dois problemas. O primeiro é a falta de unidade entre os trabalhadores das grandes obras e empreendimentos de Suape. O segundo é o fim da lua de mel entre pernambucanos e o EAS, fato que já havia sido evidenciado na primeira greve da empresa, ocorrida em setembro de 2008.
Assim como aconteceu em paralisações nas obras da Refinaria Abreu e Lima no começo deste ano, quando uma comissão independente de trabalhadores bateu de frente com o sindicato da categoria, um grupo representativo dos 8 mil funcionários do EAS não reconhece o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal-PE) como porta-voz oficial de suas reivindicações.
Os manifestantes bradaram diversas vezes que o Sindmetal-PE não era bem-vindo e que estaria, na verdade, a serviço dos patrões. O presidente da entidade, Alberto Alves dos Santos, reconhece a existência de um grupo dissidente e rebate as acusações, argumentando que o confronto de ontem prejudicou todo o trabalho de negociação que vinha sendo realizado exclusivamente com o EAS até então.
Em 2008, o empreendimento inaugurado pelo então presidente Luís Inácio Lula da Silva como redenção para a população pernambucana recebeu seu primeiro ataque. Funcionários cruzaram os braços e sob denúncias de falta de condições adequadas de trabalho e assédio moral. Ontem, essas queixas vieram à tona novamente, de forma informal. Elas agravaram o cenário delicado provocado pela demissão de aproximadamente 1.000 empregados este ano e pelos atrasos na conclusão do primeiro navio do EAS, o João Cândido."
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