Recomendo a leitura de ótimo artigo (em inglês) de Beth English no @HuffingtonPost: "Why a Union-Friendly Economic Agenda Can Help Rebuild America's Middle Class", disponível em http://www.huffingtonpost.com/beth-english/unions-middle-class_b_2356552.html
A autora demonstra, com diversos exemplos extraídos da história norte-americana, como a legislação estimulando a atuação sindical beneficia toda a sociedade.
Com base em tal análise, defende corretamente que a legislação antissindical aprovada recentemente no Estado de Michigan prejudicará não somente os sindicatos, mas também toda a classe média - e ao fim e ao cabo, toda a sociedade.
Creio que as idéias defendidas no artigo também se aplicam ao contexto brasileiro. Em artigo que escrevi ano passado, sob o título "Desafios
e perspectivas para os trabalhadores e para o direito do trabalho no Congresso
Nacional e na sociedade: propostas de ação e de reflexão", expressei algumas opiniões no mesmo sentido, que transcrevo abaixo.
Não foi à toa que a Constituição Federal de 1988 garantiu poderes
significativos (infelizmente nem sempre utilizados) aos sindicatos. O
constituinte reconheceu no sindicato um importante instrumento de
democratização, de inclusão social e de elevação da condição da classe
trabalhadora. O movimento sindical é parte estruturante e relevante do Estado
Democrático de Direito.
No entanto, há por parte de setores da grande mídia e de setores mais reacionários e obscurantistas da sociedade uma campanha
permanente de ataque aos movimentos populares, e em especial às entidades
sindicais. Um exemplo lamentável foi a capa da revista britânica The Economist
(bastião do neoliberalismo mundial) de julho de 2011 (http://www.economist.com/node/17851305/), demonizando os
sindicatos do setor público.
Outro triste exemplo pode ser encontrado em
recente minissérie brasileira, na qual um político se torna quase por acaso
Presidente da República, e enfrenta forte oposição do movimento sindical ao
tentar combater a corrupção.
Tais agressões injustificadas ao movimento sindical não são gratuitas.
Devem-se ao fato de que graças ao movimento sindical e ao conjunto dos
movimentos populares é que tem sido possível resistir no Brasil à implementação
de um agressivo projeto neoliberal, desejado de modo indisfarçável por diversos
setores da grande imprensa.
Por isso, é necessário lembrar permanentemente à sociedade brasileira,
seja por meio das mídias alternativas e sindicais ou pela própria mídia
convencional, que foi graças ao movimento sindical e ao instituto da greve que
hoje possuímos no Brasil e em boa parte do mundo:
· a
limitação por lei da jornada de trabalho;
· descanso
aos domingos e feriados;
· férias;
· intervalos
para descanso e repouso;
· salário
mínimo;
· Seguridade
Social;
· décimo-terceiro
salário;
· proibição
do trabalho escravo e do trabalho infantil;
· seguro-desemprego;
· jornada
de 8 horas diárias e direito a hora extra;
· e
que muitas conquistas da população, como o SUS, o direito a educação pública e
gratuita, e o próprio direito ao voto e à democracia foram em boa parte fruto da
luta do movimento sindical.
Aproveito para desejar a nossos leitores e clientes um 2013 cheio de paz, solidariedade,
justiça social, amor, felicidade, saúde e com muitas realizações.
Atenciosamente,
Maximiliano Nagl Garcez
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