segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Novo teste de paciência para a bolsa em 2012? (Fonte: Valor Econômico)

"Autor(es): Luciana Monteiro
Valor Econômico - 02/01/2012


Num ano tão difícil para a bolsa como foi o de 2011, com mais tristezas que alegrias para o investidor de renda variável, pode-se dizer que foram as ações mais conservadoras as sobreviventes do pregão. Só para se ter ideia, dos 68 papéis que compõem a carteira teórica do Índice Bovespa, apenas 21 deles conseguiram terminar o ano com valorização.

Em geral, o que se vê é que os heróis da resistência da bolsa em 2011 podem ser divididos em dois grandes grupos. No primeiro deles, aparecem as ações boas pagadoras de dividendos. Já no segundo grupo estão as ações de companhias que nadaram de braçada no aquecimento do mercado interno, têm forte geração de caixa, baixo endividamento e resiliência de resultados.

As ações ordinárias (ON, com direito a voto) das empresas de captura de transações Cielo e Redecard lideraram a lista dos melhores desempenhos do Ibovespa. Num ano em que o índice fechou em queda de 18,43%, os papéis da Cielo subiram 53,32%, enquanto que os da Redecard, 49,20%. O setor de cartões tem um crescimento estrutural, com o aumento do uso de plásticos, diz Carlos Nunes, estrategista de renda variável do Banco HSBC. Para ele, as perspectivas para o segmento seguem favoráveis.

Os papéis de telefonia também se destacaram em 2011, com os investidores aproveitando eventos relacionados às empresas do setor. As ações ordinárias da TIM Participações foram particularmente beneficiadas, encerrando o ano com alta de 39%. "Para TIM Brasil, as aquisições da Intelig e Atimus foram (e serão) um importante catalisador para ganhos em rentabilidade pela redução de gastos com aluguel de rede, além de criar novas oportunidades de negócios em longa distância e em baixa larga", avalia Lika Takahashi, estrategista-chefe da Fator Corretora, em texto sobre os setores favoritos para 2012.

Com valorização de 40,18%, as ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da Telefônica também serviram de refúgio para os investidores neste ano. Com "dividend yield" (retorno apenas com dividendos) estimado em 10% para 2012, há muita expectativa de ganhos de sinergia entre as operações da Telesp e Vivo, que se integraram.

Conhecidas por serem boas pagadoras de dividendos, as ações de energia elétrica ficaram entre as preferidas. Tanto que, dos 21 papéis do Ibovespa com a alta, sete são de elétricas.

A perspectiva para a bolsa para este início de ano não é favorável e, para o investidor, só resta ter muita paciência. "Para atravessar a turbulência que deve dominar no primeiro semestre, o ideal é buscar empresas com maior geração de caixa, solidez de balanços e resiliência de resultados", diz Nunes.

Luciana Monteiro é repórter de Investimentos"

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