Autor(es): Por Rosenildo Gomes FERREIRA |
Isto é Dinheiro - 19/12/2011 |
O Brasil já desponta como a quinta maior potência do mundo quando o assunto é energia renovável. Em 2010, por exemplo, foram investidos US$ 7 bilhões em projetos de geração de eletricidade nas modalidades hidráulica, eólica e solar, de acordo com estudo recém-divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Um detalhe, no entanto, chama a atenção. No passado, o governo e as concessionárias de energia dominavam a cena. Agora, diversos desses empreendimentos vêm sendo tocados sob encomenda de empresas do setor industrial. O objetivo é simples: garantir parte do suprimento energético para uso próprio. Esse é o caso da subsidiária da alemã Volkswagen. No começo de dezembro, a direção da montadora anunciou investimento de R$ 160 milhões para instalar uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) no rio Sapucaí, entre as cidades de Ipuã e Ituverava, no interior de São Paulo. Opção verde: o diretor Isensee comanda projeto para investir R$ 160 milhões na construção de uma hidrelétrica Chamado de PCH Monjolinho, este é o segundo investimento da montadora na área. O primeiro foi a PCH Anhanguera, situada a 25 quilômetros de distância da nova usina, que começou a funcionar em 2010 e custou R$ 150 milhões. A entrada em operação da PCH Monjolinho, prevista para meados de 2014, vai garantir 40% de toda a energia utilizada pela companhia no Brasil. Hoje, esse patamar está em 20%. "Essas usinas nos permitirão assegurar uma tarifa adequada e o suprimento energético necessário para bancar nosso crescimento", diz Carsten Isensee, vice-presidente-financeiro e de estratégia corporativa da Volkswagen do Brasil. Com uma potência instalada total de 48 megawatts, o suficiente para abastecer uma cidade de aproximadamente 100 mil habitantes, as duas PCHs colocarão a subsidiária da Volkswagen como uma das "mais verdes" da corporação nesse quesito. Quando a nova hidrelétrica entrar em operação, a montadora aumentará de 86% para 91% o montante de energia renovável usada em suas operações locais. "Depois da Alemanha, o Brasil é o país no qual nossas apostas nessa área são mais fortes", afirma Isensee. Em seu país de origem, os programas de conversão de sua matriz energética, de termelétrica a carvão para hidroeletricidade, já custaram € 500 milhões. Apesar de serem menos complexas que uma usina de grande porte, as PCHs também são obras delicadas do ponto de vista econômico e social. Por conta disso, é preciso contar com licenças ambientais, além do aval dos órgãos que regulam o setor energético. As usinas da Volkswagen no Brasil são operadas pela Pleuston Serviços, de São Paulo, detentora das licenças para a exploração do potencial energético dos rios da região e sócia dos empreendimentos. A obra da PCH Monjolinho deverá mexer com os municípios de Ipuã e Ituverava. "Vamos gerar 700 empregos diretos em uma região que não conta com indústrias intensivas de mão de obra", diz Isensee. Pelo lado ambiental, a ideia é repetir o que foi feito durante a construção da PCH Anhanguera. O pacote incluiu o reflorestamento de 120 hectares de mata ciliar, a catalogação de espécies nativas de animais e plantas e a construção de um viveiro capaz de produzir 300 mil mudas por ano. Serão gastos R$ 8 milhões em ações ambientais e sociais na região. Do ponto de vista econômico, a Volkswagen também terá outro ganho com esses empreendimentos: a venda dos créditos de carbono gerados pela melhora de sua pegada ecológica. As duas usinas podem render, em média, 40 mil toneladas de carbono equivalente por ano. O pedido de emissão de certificados já foi protocolado na ONU e a expectativa é de que ele seja aprovado em 2012. |
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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
A energia da Volkswagen (Fonte: Istoé Dinheiro)
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