Valor Econômico - 29/02/2012
A reestruturação do grupo Oi teve mais uma etapa ontem, quando os sócios controladores anunciaram uma troca de ações entre si. A Telemar Participações, controladora da Oi, trocou papéis com seus próprios acionistas - Portugal Telecom, Andrade Gutierrez e La Fonte -, o que aumentou sua fatia no capital votante da Tele Norte Leste Participações (TNL) em 11,68 pontos percentuais, para 57,75% do total de ações ordinárias.
A TNL controla as duas empresas operacionais do grupo, Telemar Norte Leste (TMAR) e Brasil Telecom, que, assim como ela, são listadas na BM&FBovespa.
Em troca dos 11,68% do capital votante da TNL, Portugal Telecom, Andrade Gutierrez e La Fonte receberam 6,87% das ações preferenciais da TMAR.
Pelas cotações médias de segunda-feira, a empresa portuguesa de telefonia e seus sócios AG e La Fonte trocaram ações avaliadas no mercado em R$ 486 milhões por papéis que eram negociados a R$ 546 milhões, com prêmio de 12%.
A maior parte dos papéis trocados é da Portugal Telecom, que cedeu 11% do capital com direito a voto da TNL por 6,5% das ações preferenciais da TMAR.
No fato relevante de 24 de maio de 2011, em que anunciou a reorganização, a TmarPart havia deixado claro que a manutenção de mais de 50% dos votos da empresa resultante (sem considerar participações adicionais dos sócios) era condição para que levasse adiante o processo de reestruturação.
Para isso, havia dito que a TmarPart e seus acionistas diretos ou indiretos, entre os quais está a Portugal Telecom, implantariam "as medidas necessárias para a manutenção do controle (...), incluindo, potencialmente, a permuta de ações preferenciais que detém por ações ordinárias de titularidade de seus acionistas diretos ou indiretos".
A Oi e a Telemar Participações foram procuradas para confirmar a razão da permuta de ações, mas não quiseram fazer nenhum comentário.
A reorganização societária da Oi foi aprovada na segunda-feira em assembleias. Ao fim das operações, haverá apenas uma companhia de capital aberto, com ações ordinárias, que dão direito a voto, e ações preferenciais, sem voto. Hoje o grupo tem três empresas listadas em bolsa, com sete tipos de ações.
A única empresa que restará após o processo de reestruturação é a atual Brasil Telecom, que mudará de nome para Oi S.A."
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