"Terceiro ciclo tarifário agravou situação da empresa, que já sofria com endividamento e inadimplência de consumidores.
A distribuidora de energia Celpa, que atende os 143 municípios do Pará e conta com 1,8 milhão de unidades consumidoras em sua carteira de clientes, entrou com um pedido de recuperação judicial junto à 13ª Vara Cível de Belém. A empresa faz parte do Grupo Rede, holding que controla nove concessionárias de distribuição no País e atua também em comercialização.
Circulavam pela imprensa nos últimos tempos informações sobre a possível venda do Grupo Rede, que encontra-se em problemas financeiros. Nesta terça-feira (28/2), ao informar o mercado sobre a sua situação, a distribuidora do Pará e a controladora afirmam que "a despeito dos esforços da administração junto a credores e potenciais investidores, o pedido de recuperação judicial mostrou-se inevitável diante do agravamento da situação de crise econômico-financeira da Celpa".
Na justificativa para o pleito enviada à Justiça, a Celpa afirma que viu seus problemas piorarem com recentes decisões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), como a exigência da ampliação da rede de postos de atendimento e o terceiro ciclo de revisões tarifárias, que deve reduzir a geração de caixa das empresas de distribuição.
A companhia ainda cita outras dificuldades, como "a grave inadimplência de prefeituras, com dificuldade de cobrança dos valores devidos e de suspensão do fornecimento" e as particularidades do Estado do Pará, com grande território e muitas regiões pouco povoadas e desenvolvidas, que exigem mais investimentos e minguam os retornos.
"Além disso, é importante enfatizar que as instituições financeiras e os fornecedores foram aumentando as exigências para a renovação e concessão de novos financiamentos e fornecimentos, impondo à requerente cláusulas leoninas e garantias excessivas", conta a Celpa.
Apesar de tudo, a companhia garante que suas atividades "permanecem perfeitamente viáveis" como "meio de gerar receita para a satisfação de todo o seu passivo", desde que esse seja reequacionado, como será apresentado no Plano de Recuperação Judicial a ser entregue em juízo. Caso o pedido seja aprovado, a empresa terá até 60 dias para entregar esses planos.
Em carta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Celpa afirma que a medida "visa a proteger o valor dos ativos", atender os interesses de seus credores e", principalmente, manter a continuidade de suas atividades"."
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