"Nos bancos as mulheres ocupam 48,48% do total de postos de trabalho, totalizando 234.203 trabalhadoras, segundo levantamento da subseção do Dieese na Contraf-CUT, feito com base em dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego. Nos bancos públicos, as mulheres representam 42,97% dos empregados e, nos bancos privados, são maioria entre o total de trabalhadores (53,05%).
As mulheres que trabalham nos bancos têm maior escolarização do que os homens: 71,67% das bancárias têm curso superior completo, contra 66,52% dos trabalhadores do sexo masculino. Apesar de mais escolarizadas, as mulheres ganham em média 24,10% a menos que os homens, de acordo com levantamento do Dieese. Nos bancos privados, a disparidade de salários de mulheres e homens é maior. A remuneração das mulheres nos bancos privados é 29,92% inferior à dos homens, enquanto, nos bancos públicos, a diferença salarial média entre homens e mulheres é de 15,25%.
Nas ocupações numericamente mais expressivas, as mulheres são maioria entre “Profissionais de comercialização e consultoria de serviços bancários”, “Agentes, assistentes e auxiliares administrativos”, “Gerentes de comercialização, marketing e comunicação”, “Técnicos em operações e serviços bancários” e “Operadores de telemarketing”. A característica comum entre todas as ocupações citadas é a ligação com a venda de produtos e serviços ou por estarem relacionadas a atendimento ao público.
Menor perspectiva de carreira
As mulheres são maioria nas faixas de idade entre 17 e 39 anos. A partir dos 40 anos, tornam-se minoria. Os dados revelam que os homens chegaram ao final de três décadas ocupando cerca de 17 mil vagas, quase o triplo dos 6 mil postos de trabalho das mulheres com mesmo tempo de casa. A saída precoce de mulheres dos bancos pode ser reflexo tanto da dificuldade de obterem promoções e de terem acesso a cargos de maior prestígio e remuneração, quanto da preferência dos bancos pela presença de jovens em seu quadro de funcionários.
Mulheres negras:
dupla discriminação
A discriminação em relação à mulher negra é ainda maior, pois ela sequer tem acesso ao emprego na mesma proporção que outros setores. Nos bancos, apenas 8 em cada grupo de 100 trabalhadoras são negras, de acordo com Mapa da Diversidade de 2009.
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